Manejo da microbiota intestinal pode personalizar medicina, aponta estudo

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 08/12/2015 às 13:00
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Imagem ilustrativa de estômago visto no microscópio (Foto: Free Images) Novas pesquisas sugerem diversas formas de manejo da microbiota intestinal, desde o uso de pré e probióticos até a manipulação da dieta (Foto: Free Images)

Da Agência USP de notícias

A manipulação da microbiota intestinal, comumente chamada de flora intestinal, é um tema relativamente novo na academia, mas sua interface com a alimentação e a saúde leva a crer que esse campo de estudo pode ser uma ferramenta valiosa para a viabilização de tendências como, por exemplo, a personalização da medicina. Novas pesquisas sugerem diversas formas de manejo da microbiota, desde o uso de pré e probióticos, até a manipulação da dieta e o transplante de bactérias presentes nas fezes humanas.

“Um dos interesses da comunidade científica é essa interface entre dieta e microbiota, porque a modulação da dieta seria um ponto de acesso bem fácil e com menos efeitos colaterais do que a administração de medicamentos ou afins”, afirma Chris Hoffmann, pesquisador do Food Research Center (FoRC) e professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP.

Segundo ele, é sabido que existe um padrão de relação entre dieta e microbioma, a longo prazo. “Esse efeito dos hábitos alimentares da pessoa a longo prazo é muito mais forte do que o efeito daquilo que ela comeu ‘ontem’. O que ela ingeriu ontem tem um impacto momentâneo. Mas como tudo no corpo humano tende a buscar a homeostase, a tendência é uma volta ao equilíbrio”, diz.

Hoffmann explica que ao menos dois padrões de alimentação estão claramente conectados com microbiomas intestinais distintos: a dieta rica em carboidratos e a dieta rica em proteínas de origem animal. “Nós sabemos, por exemplo, que uma dieta com muita carne vermelha rica em gordura dá propensão a arteriosclerose, risco cardiovascular, aumenta o colesterol. Entretanto ainda existiam algumas lacunas em como tais dietas causavam estas doenças. Agora, algumas dessas lacunas estão sendo preenchidas por esse link do microbioma intestinal”, resume.

A ascensão do tema coincidiu com o surgimento de novas tecnologias de sequenciamento de DNA, mais baratas e rápidas. “O desenvolvimento de novas tecnologias de sequenciamento permitiu estudos com centenas de pessoas ao mesmo tempo, sequenciando milhares de bactérias dessas pessoas. E com esses grandes estudos alguns padrões emergiram”, esclarece Hoffmann.

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