Médicos do Hope trazem nova técnica de transplante de córnea para Pernambuco

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 05/12/2015 às 15:00
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Imagem dos médicos Lúcio Maranhão, Francis Price e Bernardo Cavalcanti (Foto: Divulgação) Médicos pernambucanos participaram de curso nos EUA para aprender nova técnica para o transplante de córnea que permite menor incisão, além de menor quantidade de sutura (Foto: Divulgação)

Após participarem de um curso no Estados Unidos de transplante de córnea, os oftalmologistas Bernardo Cavalcanti e Lúcio Maranhão, do Hospital de Olhos de Pernambuco (Hope) trouxeram para o Estado a prática de uma nova técnica revolucionária para a realização do procedimento. Trata-se da DMEK, intervenção que permite menor incisão, além de menor quantidade de sutura. As vantagens também se estendem para o pós-operatório, já que estudos indicam apenas 1% de rejeição com o método DMEK, em comparação com 20% nos transplantes tradicionais penetrantes. A partir de agora, pacientes do Hope que necessitem e estejam aptos para cirurgia, serão transplantados com a utilização da nova técnica.

A nova técnica consiste na remoção de uma fina camada da córnea que contém a Membrana de Descemet e Endotélio (ambas são camadas do olho) das córneas doadas. Essa fina camada pode ser implantada por incisão de 3.0mm, enquanto o transplante endotelial requer em média uma abertura de 5.2mm. Essa técnica foi chama de DMEK e permite uma melhor e mais rápida recuperação visual. “No curso (ministrado pelo médico Francis Price) foram apresentadas as últimas novidades em relação à preparação do tecido doador, técnica de aplicação no enxerto no receptor, dados novos em relação à recuperação visual e rejeição”, explica Bernardo Cavalcanti.

Os principais pacientes candidatos a esse procedimento são os que apresentam alguma alteração da camada endotelial da córnea. As principais doenças são:

1. Distrofia endotelial de Fuchs

Geralmente mulheres acima de 40 anos são as mais afetadas. A córnea apresenta uma perda progressiva do endotélio e causa inchaço e redução da transparência da córnea. Sintomas inicias podem ser apenas a flutuação da visão que é maior pela manhã.

2. Ceratoprotese bolhosa

Decorrente de um dano ao endotélio que pode ser ocasionado por uma infecção ou inflamação interna (como nos casos de infecção por vírus do herpes), ou por algum procedimento cirúrgico que levou a perda aumentada dessas células.

3. Falência de transplante

Pacientes previamente transplantados que apresentam falência do tecido doado decorrente da perda acelerada de células do endotélio.