Acreditar em Papai Noel faz bem para as crianças

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 27/11/2015 às 16:24
Papai-Noel-235 FOTO:

Imagem de Papai Noel (Foto: Free Images) Psicólogo defende que acreditar em Papai Noel estimula a imaginação das crianças e fomenta a comunicação do pequeno com o mundo (Foto: Free Images)

Coelhinho da Páscoa, Fada do Dente ou amigo imaginário. Acreditar em seres fantásticos é algo comum no dia a dia das crianças e, muitas vezes, uma situação difícil de lidar para os pais. Com o Natal chegando, outra figura adorada pelos pequenos entra em cena: o Papai Noel, o velhinho bondoso que visita todos os lares do mundo em um trenó puxado por adoráveis renas voadoras. Alguns menores percebem desde cedo que Noel não passa de uma história fantasiosa passada de geração para geração. Outras, no entanto, acreditam fielmente na brincadeira. Aí entra a dúvida: até que ponto é saudável para a criança acreditar nessa fantasia?

Para o psicólogo Miguel Gomes, do CPPL, é importante que os pais possam apresentar tanto o Natal como Papai Noel para os filhos, viajando com as crianças nessa fantasia. Vale levar as crianças para conferir a chegar do Papai Noel nos shoppings ou ficar no quarto imaginando como ele fará para entrar pela janela, uma vez que os lares pernambucanos não dispõem de chaminé. "Crescer e descobrir as peripécias que o pai e a mãe tiveram que fazer para sustentar essa fantasia também alimenta esse mito através de gerações que se permite em determinada época do ano abrir mão da concretude da realidade e viajar como crianças", avalia.

Por isso, a dica é estimular de uma forma sadia a imaginação da criança. "Papai Noel existe em um contexto muito interessante. De muita festa, comida, presentes, família reunida e férias. E ele ainda chega em um trenó vindo sabe-se lá de onde. Ou seja, um prato cheio para a imaginação. Trata-se de um tempo na infância onde se comunicar imaginariamente com alguém que lhe escuta e realiza seus desejos parece ser mágico, e quando os pais embarcam na fantasia, essa magia se presentifica com a realização do desejo aos pés da cama", explica.

O especialista ainda alerta que os pais evitem afirmar que Papai Noel é bobagem ou mais um artifício comercial para que as pessoas comprem mais. "Cada criança tem seu ritmo, mas com 7 ou 8 anos ela começa a duvidar, passa a ter uma visão mais abstrata e até conceitual da vida e os mitos, histórias e fantasias vão tomando outra dimensão, porém não significa que não continuará tendo muita importância, pois as convicções também são recheadas pelas fantasias que permitiram a concepção da realidade", pontua o psicólogo.

Outro hábito que deve ser evitado é dizer para a criança que o bom velhinho não existe ou que o filho já está muito grande para acreditar nesse tipo de fantasia. "Se ele ainda precisa recorrer a essas fantasias é porque ainda fazem sentido e o encontro com a realidade vai ser um sinal de maturidade que os pais também devem saber acolher, mas não destituindo o antes e sim valorizando o depois", finaliza Miguel Gomes.