Saúde ocular: tire suas dúvidas sobre o estrabismo

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 23/11/2015 às 16:17
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Desequilíbrio na função dos músculos oculares faz com que os olhos não fiquem paralelos. Distúrbio é chamado de estrabismo (Foto: Free Images) Desequilíbrio na função dos músculos oculares faz com que os olhos não fiquem paralelos. Distúrbio é chamado de estrabismo (Foto: Free Images)

Um desequilíbrio na função dos músculos oculares faz com que os olhos não fiquem paralelos. Esse distúrbio, chamado de estrabismo (ou muito comumente nomeado de vesgueira), pode estar presente já no início da vida ou surgir mais tarde, ainda na infância. No entanto, apesar de não muito comum, também pode surgir ainda mais tarde, nestes casos ocasionado por alguma doença não ocular, a exemplo da diabetes, doenças neurológicas, traumatismo ou acidentes de trânsito.

Quem controla os músculos oculares é o cérebro, através de impulsos nervosos emitidos constantemente. Por isso, doenças que afetam o cérebro, como paralisia cerebral e a Síndrome de Down, podem causar estrabismo. "Quando percebido o estrabismo, é preciso identificar qual a etiologia, ou seja, a causa do desvio ocular. Se é alguma doença e do que se trata para só então começarmos o tratamento", pontua a oftalmopediatra Diana Arraes, do Hospital de Olhos de Pernambuco (Hope).

Há vários tipos de estrabismo. O olho afetado pode estar desviado em direção ao nariz (estrabismo convergente) ou para o lado (estrabismo divergente), por exemplo. "Pode ficar desviado para dentro ou para fora, para cima ou para baixo, e pode ser permanente ou acontecer de vez em quando e é facilmente identificado através de um exame oftalmológico", explica a médica.

Segundo a especialista, é natural que os olhos dos bebês, durante os seis primeiros meses de vida, não fiquem paralelos, já que os recém-nascidos não conseguem acompanhar com o mesmo desempenho dos adultos os objetos em movimento. Se mesmo passado esse período a criança continuar com o desvio ocular, a recomendação é consultar um oftalmologista. A prioridade dos médicos é fazer com que a visão tenha o melhor desempenho possível, antes mesmo de fazer a correção do estrabismo. O tratamento pode ser clínico (através de óculos, tampão e fisioterapias) ou cirúrgico. "A cirurgia só é realizada posteriormente e em caso de extrema necessidade. Como, por exemplo, se o tratamento clínico não estiver surtindo efeito”, ressalta a oftalmopediatra.

Quando o paciente não recebe o tratamento apropriado, pode desenvolver ambliopia ou até mesmo perder a visão. "Na ambliopia, a visão não fica boa, fica imprecisa e não consegue estruturar imagens. O cérebro também pode anular a visão do olho estrábico, já que ele captura uma imagem duplicada, semelhante ao do olho bom – para não receber a mesma informação duas vezes, o cérebro anula o poder de visão. Mesmo que seja feita a cirurgia, o paciente não volta a enxergar", alerta.

Por isso, vale o alerta: é necessário o acompanhamento oftalmológico regular. Os bebês precisam passar por uma consulta completa a cada seis meses nos dois primeiros anos de vida. Após esse período, a recomendação é se consultar com um especialista pelo menos uma vez por ano pelo resto da vida.