Unesp coordena pesquisa sobre pré-eclâmpsia

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 09/11/2015 às 12:17

Imagem de grávida (Foto: Free Images) Pesquisa visa estabelecer métodos de prevenção da pré-eclâmpsia, acompanhamento especializado às gestantes e redução dos partos prematuros relacionados à condição (Foto: Free Images)

Com o objetivo de profundar os estudos sobre a pré-eclampsia, uma condição na gestação que, entre outros sintomas, faz aumentar subitamente a pressão arterial da mulher e pode trazer complicações tanto para a mãe como para o bebê, a Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) coordenará uma pesquisa que visa estabelecer métodos de prevenção da pré-eclâmpsia, acompanhamento especializado às gestantes e redução dos partos prematuros relacionados à doença.

Para atingir os objetivos do estudo, conduzido pelo Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), será avaliado um protocolo que associa marcadores sanguíneos e informações clínicas. Acredita-se que esse protocolo seja capaz tanto de rastrear, no início da gestação, pacientes com risco de desenvolver pré-eclâmpsia, como de orientar o acompanhamento das pacientes que desenvolverem a doença. "Assim, torna-se possível reduzir as antecipações desnecessárias dos partos dessas pacientes, obtendo-se redução da prematuridade e das cesáreas, sem se perder a segurança no acompanhamento dessa grave doença", explica o professor da FMB Leandro Gustavo de Oliveira, um dos idealizadores do estudo.

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Um bio-repositório, espaço para armazenamento de amostras biológicas de pacientes de todo o País, será implantado na Unidade de Pesquisa Experimental (Unipex) da instituição. As pacientes participantes do estudo serão gestantes atendidas nas Unidades Básicas de Saúde e nas próprias maternidades participantes, ou seja, tanto pacientes com risco para desenvolver a doença quanto aquelas já diagnosticadas com pré-eclâmpsia serão acompanhadas.

O projeto prevê o desenvolvimento de um programa de transferência de conhecimento visando dar suporte aos profissionais de saúde responsáveis pelo atendimento de gestantes fora do ambiente universitário. "Esse é um programa de extensão universitária que vai levar a esses profissionais técnicas de controle clínico e inovações laboratoriais", explica. A execução do estudo se dará por meio da liberação de R$ 4 milhões pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação Bill & Melinda Gates. "O projeto envolve ainda outras fontes de fomento, visando atingir o dobro desse valor”, complementa o docente da FMB.

A pesquisa envolverá instituições nacionais e internacionais e, por isso, os resultados poderão ser comparados com os resultados obtidos nas amostras biológicas das instituições internacionais envolvidas. Entre as nacionais encontram-se o Instituto Fernandes Figueira e a Maternidade Aurélia Buarque de Holanda (Rio de Janeiro), o Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Campinas), o Instituto Materno Infantil (Pernambuco), a Maternidade Assis Chateaubriand (Fortaleza), a PUC do Rio Grande do Sul e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. As instituições internacionais envolvidas são Universidade de Pittsburgh (EUA), King´s College (Londres), Universidade de Londres, Universidade de Oxford e a British Columbia (Canadá). "As instituições internacionais têm muito interesse em fazer pesquisas no Brasil devido às elevadas taxas de complicações que temos aqui, sobretudo as altas taxas de mortalidade materna", destaca o pesquisador.