Envelhecimento da população precisa ser priorizado nas políticas públicas

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 06/11/2015 às 7:00
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Imagem de idoso (Foto: Free Images) Estudo aponta que o Brasil está em um rápido processo de envelhecimento e precisa priorizar recursos e políticas públicas para a população idosa (Foto: Free Images)

Da Agência Fapesp de Notícias

"O Brasil precisa reconhecer que é um país em rápido processo de envelhecimento e fazer disso uma prioridade, tanto na definição de políticas públicas quanto na alocação de recursos": a afirmação é de Maria Lúcia Lebrão, professora titular sênior da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

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Lebrão coordena o “Estudo Sabe – Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento”, pesquisa longitudinal de múltiplas coortes sobre as condições de vida e saúde dos idosos do município de São Paulo. Esse estudo multicêntrico teve início no ano 2000, quando, por iniciativa da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), foram pesquisadas pessoas de 60 anos ou mais de sete grandes cidades da América Latina e do Caribe, entre elas São Paulo. Com apoio da FAPESP, o estudo foi reeditado em São Paulo em 2006, 2010 e está agora em sua quarta edição.

"Em 2000, visitamos quase 6 mil domicílios e entrevistamos 2.143 pessoas (coorte A). Em 2006, voltamos às casas das pessoas visitadas anteriormente e conseguimos entrevistar 1.115 (coorte A); além disso, entrevistamos um novo contingente de 60 a 64 anos (coorte B). Em 2010, voltamos às casas das pessoas visitadas em 2006, tanto da coorte A quanto da coorte B, e introduzimos mais um novo grupo de 60 a 64 anos (coorte C). Vamos seguir o mesmo procedimento nesta quarta rodada. O Sabe é, portanto, um estudo longitudinal, que vem acompanhando um mesmo contingente de idosos ao longo do tempo, e também um estudo de múltiplas coortes, pois, a cada reedição, agrega um novo contingente ao anterior", explicou a pesquisadora à Agência FAPESP.

Esse duplo caráter possibilitou que o estudo mapeasse tanto as mudanças vividas pelos indivíduos ao longo de seu processo de envelhecimento quanto as transformações pelas quais vem passando a sociedade e que se refletem nas novas características das pessoas que alcançam a sexta década de vida.

"A coorte A é formada por idosos mais tradicionais. Nela predominam pessoas com baixa escolaridade (50% estudaram apenas três anos ou menos), muitas provenientes da zona rural (70% dedicaram-se a trabalhos predominantemente físicos) e dotadas de hábitos muitos diferentes dos atuais (para os quais fumar e beber eram considerados coisas normais e a atividade física se restringia àquela incorporada ao trabalho). Hoje, a situação é completamente diferente", disse Lebrão à Agência FAPESP.

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