Mais da metade das pessoas com psoríase relatam algum tipo de dificuldade no dia a dia

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 29/10/2015 às 11:02
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Há vários tipos de psoríase, como a ungueal, que afeta os dedos das mãos e dos pés, como também as unhas (Foto: Free Images) Há vários tipos de psoríase, como a ungueal, que afeta os dedos das mãos e dos pés, como também as unhas (Foto: Free Images)

Neste Dia Mundial de Conscientização sobre a Psoríase (29/10), destacamos resultados de uma pesquisa que mostra que mais da metade dos brasileiros (63,7%) que convivem com psoríase têm a qualidade de vida impactada negativamente pela doença. Trata-se de um estudo inédito realizado no País com esses pacientes. Desse percentual, 63% apresentam sintomas associados à dor e mal-estar em geral e 54% relatam sinais de ansiedade e depressão também relacionados à atividade da psoríase, além da diminuição de função física (44%) e dor no corpo (44%). O estudo tem patrocínio da companhia biofarmacêutica AbbVie.

Esses dados referem-se à análise de 113 pacientes com psoríase (a maioria homens - 55,8%), com idade média de 52 anos, e fazem parte de um estudo maior, o Beyond, que inclui um total de 300 pacientes com psoríase, das regiões Norte, Sudeste e Sul do Brasil. Essa pesquisa estudo foi estruturada para medir a prevalência da síndrome metabólica e artrite psoriásica em pacientes com psoríase, em diferentes estágios da doença.

Esses resultados parciais foram apresentados durante o Congresso Europeu de Dermatologia, que aconteceu neste mês de outubro, em Copenhague, na Dinamarca. Os resultados completos devem estar concluídos até 2016. O foco principal do estudo são pacientes adultos com psoríase (homens e mulheres não grávidas). As avaliações foram baseadas na resposta a questionários específicos, exames clínicos e de imagem.

Saiba mais

A psoríase é uma doença inflamatória crônica e sistêmica que se manifesta na pele. Sabe-se que o sistema imunológico desenvolve algum papel para o surgimento da enfermidade, que se caracteriza por lesões avermelhadas e que escamam, normalmente em placas. Aparecem em geral no couro cabeludo, cotovelos e joelhos. Atinge de 2% a 3% da população mundial. E não é transmissível por contato.

"A  psoríase tem sido negligenciada por muito tempo, por falta de terapêutica adequada para controlar a doença. Hoje, já dispomos de tratamentos eficazes que podem minimizar seus efeitos", afirma a médica Cacilda Souza, responsável pelo Serviço de Dermatologia do Hospital de Clinicas da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto. "Temos observado que a síndrome metabólica está presente entre 30% e 40% dos pacientes com psoríase, o que é uma condição bastante séria, pois é um importante fator de risco para as doenças cardiovasculares", acrescenta.

Ainda não são totalmente conhecidas as razões da associação da psoríase com a síndrome metabólica, mas se sabe que o risco é maior entre os pacientes com psoríase do que os pacientes sem a doença.

"A psoríase tem um grande impacto na vida dos pacientes. Como as pesquisas sobre a doença são limitadas, esses dados com pacientes brasileiros contribuirão para entendermos as necessidades e para trazermos soluções mais adequadas a esses pacientes", afirma o diretor médico da AbbVie no Brasil, Manuel Uribe.

Mais informações: www.entendapsoriase.com.br.