Quatro em cada dez mulheres não fazem mamografia

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 22/10/2015 às 9:00
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Imagem de atendimento de mamografia (Foto: Guga Matos / JC Imagem) Levantamento realizado pelo IBGE em 2013 revelou que 40% das mulheres entre 50 e 69 anos não realizaram mamografia nos 2 anos anteriores à pesquisa. Procedimento ajuda no diagnóstico precoce da doença (Foto: Guga Matos / JC Imagem)

Um levantamento realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2013 revelou que 40% das mulheres brasileiras entre 50 e 69 anos não realizaram mamografia nos dois últimos anos anteriores à pesquisa. O dado é preocupante, já que o procedimento é essencial no diagnóstico precoce do câncer de mama que, embora tenha alta incidência, a chance de cura pode chegar a até 95% se a doença for diagnosticada precocemente. "Por conta disso, infelizmente, no Brasil, a maioria dos diagnósticos é realizada em fases avançadas da doença", alerta o oncologista Agnaldo Anelli, da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo.

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Com base no diagnóstico, o especialista vai indicar o tratamento mais assertivo. “A medicina tem evoluído muito, aumentando as chances de cura e proporcionando mais bem-estar aos pacientes. Cirurgicamente, as terapias minimante invasivas, recomendadas para os casos iniciais, permitem abordagens curativas com excelente resultado estético. Do ponto de vista sistêmico, cerca de 20 novas drogas se tornaram disponíveis nos últimos 15 anos para o tratamento do câncer de mama. Mesmo assim, para um bom prognóstico, o mais recomendado é o acompanhamento anual com o médico e a realização da mamografia”, finaliza.

Dados da doença

Segundo tipo da doença que mais atinge mulheres no Brasil e no mundo, há diversos fatores que aumentam o risco de a paciente desenvolver o câncer de mama. Idade superior a 50 anos, tabagismo, terapia de reposição hormonal (TRH) sem supervisão médica adequada são alguns deles. Outros casos da doença na família também pode ser um fator relevante. "Mulheres com parentes de primeiro grau, como irmãs ou filhas, que têm ou tiveram câncer de mama, apresentam um risco 30% maior, quando comparadas com outras sem esse histórico", pontua o especialista.

Nos casos de doença na família, é importante iniciar o acompanhamento médico ainda jovem. “A mamografia é apenas indicada para mulheres com mais de 50 anos, mas, antes disso, é possível realizar a ultrassonografia das mamas. O exame de imagem detecta se há lesões suspeitas e, caso alguma alteração seja encontrada, será necessário realizar biópsia do tumor, assim como fazemos com a mamografia,”, esclarece Anelli. De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), a estimativa é de mais de 57 mil novos casos neste ano.