Osteoporose: Momento do lanche pode ser transformado na hora da saúde óssea

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 20/10/2015 às 9:08
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É importante consumir alimentos ricos em cálcio, como leite e derivados (Foto: Free Images) É importante consumir alimentos ricos em cálcio, como leite e derivados (Foto: Free Images)

Nesta terça-feira (20), nossos olhos se voltam para o Dia Mundial da Osteoporose. Especialistas aproveitam a data para alertar que uma alimentação balanceada é fundamental para prevenir e combater a doença, que atinge 10 milhões de brasileiros e provoca sérios problemas como fraturas e limitações de locomoção. Manter uma dieta rica em cálcio e proteínas é fundamental para ter ossos fortes e saudáveis, mas a agenda cheia de muitas pessoas atrapalha o hábito de comer bem e de forma equilibrada. Assim, uma boa estratégia para driblar essa rotina atribulada é transformar a hora do lanche na hora da saúde óssea.

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“Seria excelente incluir, nestes momentos, iogurtes, queijos ou leite para fornecer cálcio, proteínas e algumas outras vitaminas e minerais importantes para o osso. Se, neste momento, houver a oportunidade de fazer uma pequena caminhada de apenas 10 minutos, haverá também síntese de vitamina D, que é responsável por levar o cálcio pelo organismo até os ossos”, explica a nutricionista Lígia Martini, integrante da Comissão Científica da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso). Outros alimentos que podem ser consumidos: kiwi, laranja e castanha de caju.

A Pirâmide Alimentar Brasileira recomenda a ingestão de 2 mil calorias por dia, divididas em café da manhã, almoço, jantar e lanches intermediários. De acordo com a Lígia, estabelecer o horário dos lanches intermediários como um momento dedicado a ingerir alimentos ricos em cálcio pode ser uma boa abordagem para garantir o aporte deste nutriente fundamental para a saúde óssea.

Proteínas e vitamina D

Quando o assunto é osteoporose, o leite e seus derivados são logo lembrados. Apesar de ser a principal fonte de cálcio para o organismo, uma alimentação capaz de manter uma boa saúde óssea não depende apenas desse grupo alimentar. A ingestão correta de vitaminas e proteínas também é importante. “A variação na alimentação impede que ela se torne monótona e permite o aporte de todos os nutrientes necessários para a saúde óssea”, esclarece Lígia.

A ingestão de proteínas é fundamental em todos os estágios da vida. Durante infância e a adolescência, ocorre a construção da massa óssea e o crescimento esquelético adequado. Para adultos e idosos, esse nutriente permite a manutenção da massa óssea e previne a perda de força muscular, um fator de risco para a queda de idosos. Entre os alimentos ricos em proteína, estão os laticínios, carnes, peixe, frango. Apesar de ter menor quantidade de proteína, a lentilha, o feijão e o grão de bico também são boas opções.

Os alimentos não são fontes naturalmente ricas em vitamina D. Por isso, a exposição ao sol é fundamental: esse nutriente é formado no organismo quando a pele é exposta aos raios UVB. O ideal é que as pessoas tomem sol 10 minutos por dia entre as 10 horas e as 15 horas, exceto pessoas que tenham risco de câncer de pele ou já tenham tido a doença. Nesses casos, o recomendável é fazer suplementação de vitamina D. Apesar disso, peixes como o salmão, a sardinha e o atum devem estar presente na dieta cotidiana das pessoas. Gema de ovo também é uma boa fonte de vitamina D.

Outros nutrientes importantes para a saúde óssea podem ser garantidos com um cardápio variado e diversificado. A vitamina K, encontrada em folhas verdes, como o espinafre e o repolho; o magnésio, presente em verduras, legumes, sementes e grãos não refinados; o zinco, encontrado em carnes vermelhas magras, frangos, cereais integrais e frutas secas; e os carotenoides, presentes na cenoura, pimentão vermelho e amarelo e no mamão, também são fundamentais para montar um cardápio saudável para a saúde óssea. “O mais importante é fazer escolhas alimentares variadas, inteligentes e equilibradas”, finaliza Lígia.