Braço robótico controlado pelo cérebro é desenvolvido por aluno da UFPE

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 25/09/2015 às 8:24
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"Não vou parar até que eu possa ajudar alguém", diz Vitor Hazin, que pretende dar continuidade ao projeto e fazer novos testes (Foto: Divulgação) "Não vou parar até que eu possa ajudar alguém", diz Vitor Hazin, que pretende dar continuidade ao projeto e fazer novos testes (Foto: Divulgação)

O estudante do 6º período de engenharia mecânica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Vitor Hazin desenvolveu o protótipo de um braço robótico controlado pelo cérebro, capaz de ajudar pessoas que perderam o movimento do braço. O equipamento é fruto do intercâmbio do aluno na Universidade de Reading, na Inglaterra, onde passou um ano como bolsista do Programa Ciência sem Fronteiras, do Governo Federal.

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O braço robótico é comandado por meio do pensamento. “Para fechar a mão, basta fazer um gesto de concentração e, ao imaginar que estou movendo minha mão, consigo detectar e enviar o sinal para o braço ir para a esquerda ou para a direita”, explica Hazin, que retornou ao Brasil recentemente e já integrou a equipe do Mangue Baja, projeto de extensão liderado pelo Departamento de Engenharia Mecânica da UFPE em que estudantes desenvolvem protótipos de carros sob a orientação de professores da área.

O protótipo de um braço robótico diferencia-se da maioria das próteses disponíveis, comandadas por estímulo muscular. O invento do estudante custou R$ 1,9 mil.

Até o momento, o braço robótico foi testado apenas com o próprio inventor (veja vídeo abaixo) e será aperfeiçoado. “Preciso aprimorar a interface cérebro-máquina. O braço ainda não tem força o suficiente para sustentar alguns objetos. E preciso fazer outras alterações para tornar o equipamento acessível”, afirma Hazin.

A ideia surgiu quando Vitor Hazin cursou uma disciplina de mestrado, na Universidade de Reading, em que aprendeu a controlar um jogo com o piscar dos olhos com uso do eletroencefalograma (equipamento utilizado para detectar sinais cerebrais). Com o término da disciplina, ele comprou um equipamento desse tipo com o intuito de fazer algum projeto controlado pelo cérebro. E assim nasceu o braço robótico.

A pesquisa é de iniciativa pessoal, embora tenha contado com apoio de professores das áreas de robótica, cibernética e neurociência vinculados à instituição inglesa, e já dura 11 meses. Agora, o estudante pretende dar continuidade ao projeto, realizar novos testes e conquistar parceiros. "Não vou parar até que eu consiga ajudar alguém", finaliza Hazin.