Crise financeira pode mudar nossa forma de enxergar e superar desafios, diz psicólogo

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 09/09/2015 às 12:18
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Imagem de homem triste (Foto: Photl.com) Algumas atitudes, além de simples, podem ser determinantes na busca de outros caminhos durante a crise e novas formas de enxergar a vida (Foto: Photl.com)

Em tempos de crise, apertamos o orçamento, congelamos alguns planos e riscamos alguns sonhos da lista. Nessas horas difíceis, não tem como evitar: o lado emocional pesa - e muito. Mas você já parou para pensar que encarar a instabilidade no cenário em que vivemos de uma forma positiva pode ser uma saída para novos horizontes? Parece difícil de executar, mas algumas atitudes, além de simples, são determinantes na busca de outros caminhos e novas formas de enxergar a vida.

Para o psicólogo André Souza, especialista em antroposofia (doutrina filosófica que procura entender as perguntas sobre a fé e a ciência), encarar os fatos de uma forma muito objetiva, hábito muito comum na sociedade atual, fecha as portas para um maior entendimento do que acontece ao nosso redor. "A questão da objetividade está muito forte, e as pessoas levam essa característica para a vida pessoal. É muito mais valorizado o resultado das coisas. Tanto no consultório quanto na rua, o estilo de vida atual estimula muito pouco a simbolização, ou seja, quando ampliamos a nossa consciência. É preciso dar um significado além daquele imediato. O que falta é uma perspectiva simbólica da crise", alerta.

Imagem ilustrativa de mapa marcado (Foto: Photl.com) Crise pode representar oportunidade de transformar, de empreender, de abrir outros negócios com novas perspectivas (Foto: Photl.com)

  É tempo de encarar os fatos e colocá-los sob uma nova perspectiva. "Quando você  olha a crise (e não é só a financeira, serve para crises pessoais, profissionais,  emocionais) como uma porta de saída, começa a pensar em uma solução. A crise  pode ser um problema, mas também uma oportunidade. Quando você simboliza  os  fatos, trabalha a parte criativa da mente e começa a rever seus conceitos, suas  prioridades. E então pode ser uma oportunidade de transformar, de empreender,  de  abrir outros negócios com outras perspectivas", pontua o psicólogo, que  recentemente teve estudo sobre a simbolização como ferramenta psicoterápica  premiado no 12º Congresso Brasileiro de Medicina Antroposófica. O encontro  aconteceu de 29 de julho a 1º de agosto, na cidade de Juíz de Fora, em Minas  Gerais.

 Então, se você está incomodado com os últimos acontecimentos, pare de fazer  tantas perguntas e se concentre nas respostas. "Não existe receita, mas o caminho  recomendado é deixar de olhar para fora e começar a olhar para dentro. Quando  você olha para fora, é vítima de um contexto, sela ele econômico, político ou social.  Na hora que eu me vitimizo, parece que não se tem muito que fazer. Mas eu posso reagir. Na hora que eu me questiono: 'O que posso fazer?', deixo de ser uma vítima para tomar um rumo. A queixa é apenas parte do problema. Ela não é parte da solução", explica André.

Ou seja, a hora é esta. Procure novas atividades, foque em novos caminhos, busque apoio e peça conselhos. "Não fique vítima dos seus incômodos. Mude sempre a perspectiva. Pode ser que a saída esteja justamente no que mais nos incomoda. Não é fácil, mas é simples. É só mudar o jeito de olhar", defende o psicólogo.