Recifenses se preocupam com o desempenho sexual, mas não procuram urologista

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 18/08/2015 às 6:00
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Para recifenses que nunca foram ao urologista, a falta de motivos para uma visita ao especialista justifica esse comportamento (Foto: Free Images) Para recifenses que nunca foram ao urologista, a falta de motivos para uma visita ao especialista, como uma doença específica, justifica esse comportamento (Foto: Free Images)

Uma pesquisa inédita realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), em parceria com a Bayer, e divulgada recentemente revelou que 46% dos homens recifenses nunca se consultaram com um urologista. Para 53% deles, não há motivos para procurar médicos dessa especialidade.

O levantamento, realizado em oito cidades brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Curitiba), com 3,2 mil entrevistados, também mostrou que 64% dos homens recifenses nunca ouviram falar sobre andropausa ou hipogonadismo - processo natural do organismo masculino caracterizado geralmente por queda na produção de testosterona. E mais: 68% dos entrevistados não conhecem os sintomas do problema, que pode favorecer o desenvolvimento de impotência sexual - como é popularmente conhecida a disfunção erétil.

Quando questionados sobre as razões pelas quais pode ocorrer queda nos níveis de testosterona, a falta de conhecimento persiste. Segundo 26% dos homens ouvidos, o problema está ligado à obesidade, e 20% deles culpam a falta de exercícios físicos. Apenas 11% entendem que são as mudanças nos níveis hormonais que podem ocasionar a andropausa. E 52% não sabem a diferença entre terapia de reposição hormonal e estimulante sexual.

“É importante os homens visitarem um médico regularmente. Muitos sintomas não se manifestam prontamente e podem desencadear doenças mais graves. Ao procurarem um médico, há a possibilidade de detecção precoce de problemas de saúde e indicação do devido tratamento, o que pode evitar impacto na qualidade de vida do paciente”, alerta o presidente da SBU, Carlos Corradi.

E se falhar?

O mau desempenho durante o sexo afeta o ritmo sexual e o vigor físico de 36% dos entrevistados. Outros 30% têm a autoestima afetada, e 14% consideram ter o relacionamento com a parceira prejudicado. A performance sexual, segundo dados da pesquisa, está mais ligada ao receio de não ser capaz de gerar filhos (34%) e não ter ereção (26%) do que não satisfazer a parceira (21%).

Um dado preocupante da pesquisa é sobre o uso recreativo ou sem prescrição de medicamentos para disfunção erétil: 33% dos entrevistados que utilizam essas substâncias o fazem por meio da automedicação, considerada um risco para a saúde. Outro detalhe do levantamento: 67% dos recifenses afirmam já ter traído namoradas ou esposas. O índice nacional é de 51%. Em relação ao futuro, eles são pessimistas: 44% deles não gostam nem de pensar sobre a velhice.