Taxa de morte por hipertensão arterial cresceu 13,2% na última década

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 16/08/2015 às 9:00
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Imagem de equipamentos que aferem a pressão (Foto: Free Images) Brasil figura no sexto lugar entre os países com a mais alta taxa de morte por doenças cardíacas, infartos e hipertensão arterial, entre homens e mulheres de 35 a 74 anos (Foto: Free Images)

Um estudo da Heart Disease and Stroke Statistics (Estatísticas sobre doenças cardíacas e infartos), da American Heart Association, realizado este ano, apontou que, de 2001 a 2011, a taxa de morte por hipertensão aumentou 13,2%, em mais de 190 países pesquisados. O Brasil figura no sexto lugar entre os países com a mais alta taxa de morte por doenças cardíacas, infartos e hipertensão arterial, entre homens e mulheres de 35 a 74 anos.

A Rússia está em primeiro lugar com 1.639 (entre 100 mil pesquisados); Ucrânia em segundo, com 1.521; Romênia em terceiro, com 969; Brasil em sexto, com 552; e Estados Unidos em décimo, com 352. O mesmo estudo mostrou ainda que a doença arterial coronariana é a principal causa de morte em todo o mundo, com 17,3 milhões por ano, e que se espera para 2030 mais de 23,6 milhões. A segunda maior causa de morte no mundo AVC - acidente vascular cerebral, teve redução entre 1990 e 2010. Mesmo com a redução, o número esperado de pessoas com o primeiro episódio de AVC ou recorrente em 2030 será de 33 milhões.

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Segundo a pesquisa de risco global da hipertensão, em 2025 haverá 1,6 bilhão de pacientes no mundo. A hipertensão arterial é responsável por 10% de todo o custo global de saúde, com o gasto estimado em US$ 370 bilhões de dólares por ano. Responsável por 9,4 milhões de milhões de mortes no mundo, segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde, a hipertensão arterial atinge 30% da população adulta brasileira, chegando a mais de 50% na terceira idade e está presente em 5% das crianças e adolescentes no Brasil, de acordo com estimativas da ociedade Brasileira de Hipertensão (SBH).

O levantamento e suas impressões foram discutidos durante o XXIII Congresso Brasileiro de Hipertensção, organizado pela SBH. O encontro de profissionais começou nessa quinta-feira (13) e acabou nesse sábado (15), no Rio de Janeiro. "A preocupação é grande, pois apesar da redução de 30,8% nas taxas de morte por doença cardiovascular de 2001 a 2011, vemos a hipertensão arterial em uma tendência crescente", comenta a Dra. Frida Plavnik, diretora da SBH.

"A hipertensão arterial é uma condição que pode provocar danos e até mesmo a morte quando não diagnosticada e controlada", comenta o presidente da SBH e do XXIII Congresso Dr. Mario Fritsch Neves. De acordo com os dados divulgados, 77% das pessoas com o primeiro episódio de AVC são hipertensas. Ter a pressão alta aumenta de 4 a 6 vezes o risco de AVC. Já 75% das pessoas com insuficiência cardíaca congestiva (ICC) tem hipertensão arterial, 69% das pessoas com primeiro infarto agudo do miocárdio (IAM) tem pressão alta e a segunda principal causa de doença renal crônica é a hipertensão. Além de problemas como a disfunção erétil, demência e perda da visão.

A pressão alta é de fácil diagnóstico e pode ser tratada e o paciente tem a chance de seguir com a vida tranquilamente incluindo novos hábitos em seu cotidiano. No entanto, a SBH estima que apenas 23% dos hipertensos controlam corretamente a doença. 36% não fazem controle algum e 41% abandonam o tratamento, após melhora inicial da pressão arterial.