Pesquisa aponta que anticoncepcional após o parto não muda volume de leite materno

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 15/08/2015 às 15:00
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Imagem de cartela de anticoncepcional (Foto: Free Images) Implantar contraceptivo que libera o hormônio etonogestrel imediatamente após o parto não altera a quantidade de leite na amamentação (Foto: Free Images)

Da Agência USP de Notícias

Um estudo da USP (Universidade de São Paulo) Ribeirão comprovou a segurança de implante contraceptivo logo após o parto para as mães e bebês. Implantar contraceptivo que libera o hormônio etonogestrel imediatamente após o parto não altera a quantidade de leite na amamentação. Essa era a informação que faltava para que a equipe da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, liderada pela professora Carolina Sales Vieira, comprovasse a segurança do método contraceptivo para as mães que necessitam sair da maternidade sem a preocupação de uma gravidez indesejada ainda na amamentação.

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O estudo foi conduzido pela pesquisadora Giordana Campos Braga, aluna de doutorado do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP orientada pela professora Carolina, com 24 mães e seus recém-nascidos. Eles foram divididos em dois grupos: um em que as mães receberam o implante dentro das primeiras 48 horas após o parto e outro, o controle, cujas mães não receberam qualquer método contraceptivo.

Para a análise da quantidade de leite ingerido pelos bebês, a pesquisadora administrou deutério (D2O) – um hidrogênio da mesma família do hidrogênio da água que bebemos – por via oral às mulheres (todas as 24) no dia em que tiveram seus bebês, logo após o parto, e no 29º dia depois. “O deutério é seguro para mãe e para o bebê e é usado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para avaliar a amamentação”, comenta a pesquisadora.

Amostras de saliva, tanto das mães quanto dos bebês, foram coletadas antes e após a ingestão do deutério, e ao longo das seis primeiras semanas do pós-parto. Giordana explica que o deutério está presente em uma concentração de 0,015% no nosso corpo e, quando ingerido, ele se distribui uniformemente por todos os fluídos, como sangue, urina, saliva etc. Assim, escolheram a saliva, por ser mais prática para a coleta, e realizaram a medição, usando a técnica de espectrometria de massa. A partir da quantidade de deutério na saliva do bebê, estima-se a quantidade de leite materno que ele ingeriu.

A pesquisadora conta que essa medição é confiável, pois “conseguimos saber o quanto de deutério tinha na mãe e o quanto dele foi ingerido pelo recém-nascido”. Segundo ela, com essa técnica dá para detectar inclusive se o bebê ingeriu outro tipo de água além do leite materno, “nos dando certeza da amamentação exclusiva e se não houve erros na coleta ou na avaliação”.

Os resultados mostraram que a quantidade de leite materno ingerido pelos recém-nascidos foi semelhante nos dois grupos. O peso dos bebês também foi medido ao nascer e após seis semanas do parto. Essa medida também não mostrou nenhuma diferente entre os dois grupos estudados.

Confira a matéria completa no site da Agência USP de Notícias.