Pesquisadores estudam medição do tempo feita pelo cérebro para realizar atividades

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 07/08/2015 às 6:00
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Imagem de cérebro (Foto: Free Images) Entender como ocorre processamento temporal feito pelo cérebro é o objetivo de uma pesquisa apoiada pela Fapesp (Foto: Free Images)

Da Agência Fapesp de Notícias

Conversar, tocar instrumentos, jogar videogame, guiar veículos, praticar esportes ou qualquer outra ação que requer antecipação e planejamento seria impossível de ser realizada sem a habilidade do cérebro humano de medir o tempo. Entender como ocorre esse processamento temporal é o objetivo de uma pesquisa apoiada pela FAPESP e coordenada por André Mascioli Cravo, professor do Centro de Matemática, Computação e Cognição (CMCC) da Universidade Federal do ABC (UFABC) e um dos coordenadores do laboratório de Timing e Cognição.

"Nosso cérebro usa informações temporais de maneira muito automática para planejar ações. É como uma máquina de fazer previsões. Por exemplo, quando apertamos o botão de nosso computador, sabemos quanto tempo ele demora para ligar. Se levar mais que um determinado intervalo, já desconfiamos que algo está errado. Ou a máquina quebrou ou está faltando energia. Quando compramos um computador novo esse intervalo é diferente e nos adaptamos muito rapidamente. Nosso interesse é entender como o cérebro aprende essa relação temporal e a utiliza em ações futuras", explicou Cravo em entrevista à Agência FAPESP.

Para desvendar os mecanismos neurais envolvidos nesse processo, Cravo e seus colaboradores da UFABC registram com um equipamento de eletroencefalografia (EEG) a atividade elétrica do córtex de voluntários sadios enquanto eles participam de um jogo de tiro ao alvo no computador. O alvo aparece e desaparece na tela em um determinado intervalo de tempo e o voluntário deve apertar um botão para dar um tiro e tentar acertá-lo. Quando a tarefa está sendo cumprida com excelência, o intervalo entre a ação de apertar o botão e o disparo do tiro é aumentado.

"A primeira vez que isso acontece, obviamente, o voluntário erra o alvo. Mas, para nossa surpresa, uma única tentativa frustrada é suficiente para o cérebro aprender a nova relação temporal e corrigir a ação motora", contou Cravo.

Confira a matéria completa no site da Agência Fapesp de Notícias.