Pesquisa aprofunda análise sobre o papel dos antioxidantes no sistema cardiovascular

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 05/08/2015 às 14:35
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Pesquisadores do Redoxoma realizam experimentos para entender mecanismos envolvidos nas reações químicas que produzem os radicais livres (Foto: Free Images) Pesquisadores do Redoxoma realizam experimentos para entender mecanismos envolvidos nas reações químicas que produzem os radicais livres (Foto: Free Images)

Da Agência Fapesp

Os benefícios dos antioxidantes para o sistema cardiovascular têm sido apontados em diversos trabalhos da literatura científica. Entender os mecanismos pelos quais essas substâncias atuam é um dos objetivos de um grupo de pesquisadores coordenado pelo professor Francisco Laurindo no Instituto do Coração (Incor), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

A pesquisa está sendo realizada no âmbito do Centro de Pesquisa em Processos Redox em Biomedicina (Redoxoma), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) da FAPESP.

Em um dos trabalhos, o grupo avalia o papel da proteína dissulfeto isomerase (PDI) no remodelamento de vasos sanguíneos e na prevenção de seu estreitamento excessivo.

“O remodelamento é o mecanismo mais poderoso de controle do lúmen (espaço interior por onde passa o sangue) do vaso sanguíneo. Ele pode ser fisiológico, causado por uma redução na demanda, como ocorre na aorta abdominal de mulheres após dar à luz, ou pode ser um remodelamento patológico, em decorrência, por exemplo, de uma lesão arterial, o que causa a perda de calibre do vaso e prejudica a circulação”, explicou Laurindo.

O papel tradicionalmente conhecido da proteína dissulfeto isomerase, segundo o pesquisador, é ajudar as proteínas produzidas no retículo endoplasmático a assumir sua forma funcional. E ela faz isso por meio de um processo de oxidação de determinados aminoácidos.

Mas os estudos do Redoxoma estão mostrando que essa proteína, entre outras coisas, também é importante para evitar o estreitamento patológico de artérias após uma lesão causada, por exemplo, por um procedimento de angiografia, no qual um cateter é inserido no vaso.

“Quando sofremos um corte na pele, os fibroblastos secretam colágeno e o tecido cicatriza por constrição. Por isso, a cicatriz fica com aquele aspecto repuxado. A maioria dos tecidos cicatriza dessa maneira, mas o vaso sanguíneo não pode cicatrizar exatamente da mesma forma para não fechar. Suspeitamos que a proteína dissulfeto isomerase participa do mecanismo que mantém o vaso aberto durante a cicatrização”, disse Laurindo.

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