Vacina contra ebola apresenta 100% de eficácia, diz estudo

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 03/08/2015 às 6:00
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Imagem de injeção (Foto: Free Images) Os resultados de testes clínicos de fase III aceleram a possibilidade de lançamento da vacina contra ebola em todo o mundo (Foto: Free Images)

A vacina contra ebola, VSV-ZEBOV, que está sendo desenvolvida pela MSD (conhecida como Merck nos Estados Unidos e Canadá), em parceria com a NewLinks Genetics, apresentou resultados que trazem esperança para o combate à doença, que já matou mais de 11,2 mil pessoas e infectou outras 27,7 mil, em todo o mundo, desde 2014. Os testes clínicos de fase III, publicados na sexta-feira (31/7) na revista científica The Lancet, mostram 100% de eficácia da vacina, em dose única. Verificou-se que todos os indivíduos vacinados foram protegidos contra a infecção pelo vírus ebola dentro de 6 a 10 dias após a vacinação.

Os resultados desse estudo contínuo, bem como outros já em curso e testes adicionais a ser realizados, serão utilizados para sustentar os pedidos de aprovação mediante às agências reguladoras em todo o mundo.

Realizado em Guiné, o estudo levou em consideração os efeitos da vacina em 4 mil pessoas e foi conduzido por uma equipe que inclui pesquisadores da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Instituto Norueguês de Saúde Pública, do Ministério da Guiné e Médecins sans Frontières Saúde.

"A MSD tem um compromisso duradouro de desenvolver vacinas e medicamentos que tratam de doenças infecciosas mais devastadoras do mundo", disse o presidente da Merck Research Laboratories, Roger M. Perlmutter. "Os extraordinários esforços da equipe de cientistas têm rendido resultados que sugerem um papel promissor para nossa vacina na luta contra o ebola."

Sobre o desenvolvimento da vacina VSVD-ZEBOV

A vacina VSVD-ZEBOV foi inicialmente projetada com o apoio da Agência de Saúde Pública do Canadá e licenciada para NewLink Genetics Corporation. Para preparar a vacina, o vírus da estomatite vesicular foi enfraquecido por remoção de um dos seus genes, que foi então substituído por um único gene do vírus ebola que não pode causar doença, por si só. Indivíduos vacinados desenvolveram anticorpos contra o ebola, o que poderia ajudar a proteger contra infecções futuras.

No final de 2014, quando o atual surto de ebola atingiu proporções alarmantes, a MSD fez uma parceria com a NewLink Genetics e passou a licenciar a vacina com o objetivo de acelerar o desenvolvimento da imunização. Desde aquela época, a empresa ajudou a criar um programa de desenvolvimento amplo, incluindo os testes provisórios de fase III e os resultados de eficácia divulgados hoje. Até o momento, a vacina VSVD-ZEBOV foi administrada em mais de 9 mil pessoas, em testes clínicos de fases I, II e III.

A MSD é responsável pela investigação, desenvolvimento de esforços em prol da vacina VSVD-ZEBOV e sua futura fabricação. A companhia se comprometeu a trabalhar em estreita colaboração com outras partes interessadas para acelerar o desenvolvimento contínuo, a produção e, se for licenciada, a distribuição da vacina.