Ansiedade e humor deprimido podem influenciar recuperação de pacientes cardíacos

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 21/07/2015 às 8:00
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É importante trabalhar com os pacientes sentimentos como medo, angústia, tristeza e raiva (Foto: Free Images) É importante trabalhar com os pacientes sentimentos como medo, angústia, tristeza e raiva (Foto: Free Images)

O medo de morrer, de apresentar limitações físicas e de perder a autonomia são alguns dos aspectos emocionais observados durante o acompanhamento psicológico de pacientes antes e depois de uma cirurgia cardíaca. A psicóloga do Programa de Insuficiência Cardíaca e Cirurgia Cardíaca do Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, Júlia Frayha, explica que os medos são mais comuns em pacientes que descobrem a necessidade de realizar uma cirurgia de urgência, após exames de rotina.

“Nesses casos, o fator surpresa pode provocar repercussões emocionais importantes, como dificuldade de se apropriar do adoecimento e de entender a necessidade da cirurgia, angústia e ansiedade acentuadas pela ausência de tempo para se organizar internamente”, comenta Júlia.

Há casos também de pacientes que já passaram por cirurgias cardíacas anteriormente e que vão enfrentar novamente a situação. “Para algumas dessas pessoas, o fato de já conhecerem os procedimentos que serão adotados pode trazer algum alívio ou sensação de segurança, enquanto que, para outros, a necessidade de nova intervenção pode ser fonte de grande ansiedade pelo medo da morte”, esclarece a psicóloga do HCor.

O momento pós-operatório costuma provocar importantes repercussões emocionais no paciente, principalmente durante o período de permanência na unidade de terapia intensiva (UTI). A distância dos familiares, o ambiente estranho, os procedimentos invasivos, as dores e limitações físicas são fatores de grande sofrimento. Nesses casos em que o paciente se encontra também em intensa angústia psíquica, pode-se solicitar o serviço de psicologia.

Para a psicóloga do HCor, é necessário trabalhar com esses pacientes os sentimentos como medo, angústia, tristeza e raiva. “O espaço terapêutico pode ser importante por possibilitar ao paciente expor sentimentos e fantasias em um ambiente seguro e acolhedor”, finaliza Júlia.