Sintomas de câncer de olho podem ser silenciosos e dificultar diagnóstico

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 17/07/2015 às 9:10

Imagem de olho azul (Foto: Free Images) Especialista alerta que o diagnóstico precoce do câncer de olho é chave para eficácia do tratamento, pois evita sequelas e traz maior chance de cura (Foto: Free Images)

Quando o câncer atinge os olhos, a doença costuma ser silenciosa, dificultando o diagnóstico precoce. Os sintomas são lentos, pouco dolorosos e, em muitos casos, nem sequer aparecem. Por isso, a importância de acompanhamento médico regular e alerta para qualquer sinal incômodo na região.

Segundo Virgínia Torres, especialista em oncologia ocular do Hospital de Olhos de Pernambuco (Hope), as alterações oncológicas oculares variam de acordo com a localização da doença. “Lesões que acometem as pálpebras e a conjuntiva - fina camada que recobre a parte branca do olho -, são de diagnóstico mais fácil, pois chamam a atenção do próprio paciente. As mais profundas, por sua vez, requerem um detalhado exame oftalmológico”, ressalta a médica.

A especialista alerta que o diagnóstico precoce do câncer de olho é a chave para a eficácia dos tratamentos, pois evita sequelas e promove maior possibilidade de cura. Alguns fatores devem ser considerados durante a investigação da doença, como histórico familiar, raça e idade. Alguns tumores têm apresentação mais características em determinadas faixas etárias, como o Retinoblastoma, tumor intra-ocular mais comum em crianças. De extrema gravidade, ele tem baixa incidência entre os recém-nascidos (1 em cada 15 mil), mas deve ser detectado nos primeiros meses de vida por meio do teste do olhinho. O mapeamento de retina periódico até os 6 anos de vida, faixa etária de maior incidência desta doença, é essencial.

O fator hereditariedade também é relevante, pois 10% dos casos apresentam história familiar. Quanto aos tumores no adulto, a hereditariedade não está totalmente confirmada como um fator relevante. Algumas lesões podem apresentar sintomas não específicos, a exemplo da diminuição visual, flashes luminosos ou manchas fixas no campo visual. Os carcinomas basocelulares de pálpebra, por exemplo, são mais comuns em pessoas da raça branca, com muita exposição ao sol.

Já os melanomas de coróide são mais comuns em pessoas acima de 60 anos. Isto porque a idade é um fator de risco para doenças como melanoma, tumores da córnea e conjuntiva. “Nos que não são idosos, os mais frequentes são os metastáticos, originados de outra parte do corpo e que acometem o olho ao atingir a corrente sanguínea ou linfática”, explica.