Em cada 100 mulheres com osteoporose, uma tem fratura na coluna, diz estudo

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 17/07/2015 às 14:55

Ilustração de mulher com dor na coluna (Imagem: Free Images) Estudo identificou 17% das mulheres apresentavam fratura de coluna moderadas ou graves (Imagem: Free Images)

Um estudo publicado na revista científica Archives of Endocrinology & Metabolism apontou que uma, em cada 100 mulheres com mais de 45 anos com osteoporose, tem fratura na coluna e não sabe. Em muitos casos, seus médicos também desconhecem o problema. No total, 188 mulheres participaram do levantamento. Foram incluídas na pesquisa mulheres com mais de 45 anos, pós-menopáusicas há pelo menos dois anos, com osteoporose e em tratamento há, no mínimo, três meses.

Realizado pela médica Patricia Muszkat, o estudo identificou que 17% das mulheres apresentavam fraturas de coluna moderadas ou graves. E mais: 87,5% dessas fraturas eram desconhecidas tanto pelas pacientes como por seus médicos. Esses tipos de fraturas são chamadas de assintomáticas porque, ao contrário de outros tipos de fratura, não estão diretamente associadas a algum impacto e apresentam sintomas não específicos. "A paciente pode queixar-se de dores não características e sofrer as fraturas aos poucos, não em um episódio único, que teria menos chances de passar despercebida", explica a médica Marise Lazaretti, orientadora da pesquisa e diretora científica da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso).

Segundo as especialistas, identificar as fraturas de coluna o mais cedo possível é muito importante, uma vez que elas acontecem, geralmente, antes das fraturas de quadril, e indicam uma fragilidade óssea grave que poderá ocasionar outras fraturas no futuro. "Muitas vezes a fratura passa despercebida pelo paciente, mas também pelo médico. Por isto é importante e recomendado que durante o tratamento da osteoporose se peça uma avaliação da coluna, entretanto esta conduta muitas vezes não é respeitada”, ressalta a especialista.

As piores consequências das fraturas assintomáticas de coluna são o risco aumentado de outras fraturas, especialmente a de quadril, e um aumento na mortalidade que chega a 20% nos cinco primeiros anos após a lesão. Estas fraturas são incapacitantes e prejudicam a qualidade de vida das pessoas que. Entre os diversos efeitos negativos causados estão perda de estatura, dores crônicas, capacidade pulmonar reduzida, uso abusivo e prejudicial de anti-inflamatórios, e perda de apetite.