Brasileiro tem interesse, mas baixo nível de informação sobre ciência, aponta pesquisa

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 14/07/2015 às 15:30

Imagem de cientista (Foto: Free Images) Brasileiro apresenta interesse em ciência e tecnologia mas a informação nessas áreas ainda é bastante limitada, principalmente nas camadas de menor escolaridade e renda no País (Foto: Free Images)

Da Agência Fapesp de Notícias

A 4ª edição da pesquisa Percepção pública da ciência, tecnologia e inovação no Brasil, realizada pelo Centro de de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), apontou que os brasileiro apresentam atitudes positivas em relação à ciência e tecnologia (C&T) e manifestam ter grande interesse por esses temas. O acesso à informação nessas áreas, contudo, especialmente nas camadas sociais de menor escolaridade e renda no Brasil ainda é bastante limitado.

A pesquisa ouviu 1.962 brasileiros de todas as regiões do país, com 16 anos ou mais, estratificados por gênero, faixa etária, escolaridade e renda. "A pesquisa apresenta um panorama estatisticamente robusto da percepção que a sociedade brasileira tem sobre ciência e tecnologia", disse Mariano Laplane, presidente do CGEE. "Os brasileiros manifestam ter curiosidade, respeito e uma enorme expectativa de que a ciência e a tecnologia possam melhorar suas condições de vida. É importante, entretanto, que, além dessa curiosidade, a sociedade brasileira também tome mais conhecimento do avanço e dos êxitos da ciência brasileira", apontou.

De acordo com o estudo, 61% dos entrevistados demonstraram interesse ou muito interesse por C&T. O índice é comparável ao de países que realizaram pesquisas de percepção pública semelhantes, comparam os autores do estudo. No Brasil, o tema é o quinto que mais atrai a atenção da população, atrás de Medicina e Saúde (78%), Meio Ambiente (78%), Religião (75%) e Economia (68%), e maior do que em Arte e Cultura (57%), Esportes (56%), Moda (34%) e Política (27%).

Embora a atitude dos brasileiros seja positiva e o interesse por C&T seja alto, o acesso à informação é baixo, indica a pesquisa. A TV é o principal meio de comunicação usado por 21% dos entrevistados para adquirir informações sobre C&T. Por outro lado, a maioria declarou informar-se nunca ou quase nunca sobre esse tema em outros meios de comunicação, como jornais, revistas, livros, rádio e conversas com amigos.

No entanto, mais que dobrou o uso da internet e das redes sociais como fonte de informação sobre C&T especialmente por jovens, saltando de 23% em 2006 para 48%, e se aproximando da TV, apontou a pesquisa. Os entrevistados declararam utilizar sites de instituições de pesquisa, seguidos de sites de jornais e revistas, além do Facebook, Wikipedia e blogs, como fonte de informação sobre C&T. "O baixo nível de informação sobre C&T da sociedade brasileira representa um desafio para a comunidade científica, para o governo e também para a mídia”, avaliou Laplane.

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