Acesso a tratamento do câncer pode ser ampliado para minimizar dores dos pacientes

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 08/07/2015 às 12:18

Pacientes em terapia com antineoplásicos que não recebem medicamentos para dor são obrigados a se deslocar para o hospital. Essa realidade pode ser mudada (Foto: Free Images) Pacientes em terapia com antineoplásicos que não recebem medicamentos para dor são obrigados a se deslocar para o hospital. Essa realidade pode ser mudada (Foto: Free Images)

Os pacientes com câncer poderão alcançar uma importante vitória nos próximos dias, após definições da consulta pública iniciada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A atual Diretriz de Utilização Terapêutica, utilizada como referência mínima para cobertura obrigatória pelos planos de saúde, prevê que o tratamento oral domiciliar seja oferecido apenas aos pacientes com dores neuropáticas decorrentes do uso de antineoplásicos. Enquanto isso, as pessoas com câncer que sofrem com dores decorrentes do tratamento da doença (como cirurgias, radioterapia ou mesmo outras dores que não são neuropáticas, mas secundárias ao uso de antineoplásicos, por exemplo) são obrigadas a recorrer ao tratamento hospitalar, que é mais invasivo, representa mais procedimentos e custos com internações desnecessárias.

A partir do momento em que a Diretriz de Utilização Terapêutica se torna mais ampla, ao beneficiar os pacientes que enfrentam os efeitos colaterais do tratamento contra o câncer, abre-se um leque imenso de oportunidades para as pessoas que convivem com tumores não desistirem do tratamento. Isso influencia diretamente o aumento das taxas de sobrevida.

A Consulta Pública nº 59 está disponível no site da ANS. Especialistas e sociedade civil podem enviar suas contribuições até o dia 19 de julho.

Saiba mais

A prevalência de dor crônica em pacientes que estão em tratamento para diversos tipos de câncer varia de 30% a 40%, podendo chegar a índices de 70% a 90% nos casos avançados da doença (cerca de 75% desse último grupo se queixam de dores moderadas ou intensas). Desse percentual, quase 30% têm dores causadas pelo tratamento, especialmente após sessões de quimioterapia ou depois de cirurgia.