Decore esta sigla: DHA, um nutriente fundamental para o cérebro das crianças

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 03/07/2015 às 15:27
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O DHA está presente, em altas quantidades, no leite materno (Foto: Free Images) O DHA está presente, em altas quantidades, no leite materno (Foto: Free Images)

Os pediatras nunca falaram tanto como agora sobre o DHA, sigla em inglês que batiza um ácido graxo do tipo ômega-3: o docosahexanoico. Curiosas e sempre empenhadas em buscar alternativas que possam promover a saúde das crianças, as mães também estão interessadas em saber sobre essa substância, já reconhecida no meio médico como um neuronutriente capaz de estimular o desenvolvimento mental e cognitivo dos pequenos. Por isso, o DHA ganha até o título de vitamina para o cérebro, que tem boa parte formada (85%) durante os primeiros cinco anos de vida.

Nesse cenário, a gente esclarece a principal dúvida das mães: onde é possível encontrar o DHA? “Ele está presente no leite materno e em alguns alimentos, como a gema do ovo e os peixes que vivem em águas profundas e frias”, diz o pediatra e nutrólogo Mário Falcão, professor do Departamento de Pediatria da Universidade de São Paulo (USP). Ele esteve no Recife recentemente para conversar com médicos sobre o assunto. Salmão, atum, bagre, sardinha e bacalhau são os peixes a que Mário se refere.

De acordo com o pediatra, um detalhe importante é que, para os bebês que mamam contarem com os benefícios oferecidos pelo DHA, as mães devem ter uma dieta rica no nutriente desde a gestação. Durante o período da amamentação, elas também devem continuar com essa alimentação, já que o leite materno passa para o neném o DHA, essa gordura benéfica ao cérebro das crianças.

Grávidas devem seguir uma dieta rica em DHA, pois o cérebro começa a ser estruturado ainda no útero (Foto: Free Images) Grávidas devem seguir uma dieta rica em DHA, pois o cérebro começa a ser estruturado ainda no útero (Foto: Free Images)

A preocupação pode aparecer quando as mães, por algum motivo, não conseguem amamentar o bebê e precisam recorrer aos leites artificiais. “Atualmente, há toda uma engenharia alimentar voltada para o desenvolvimento de produtos que se aproximam um pouco do leite materno”, diz Mário. Entre os produtos mencionados por Mário, estão os compostos lácteos destinados às crianças com até 5 anos. São leites enriquecidos com DHA – a indústria extraiu essa gordura benéfica e inseriu em compostos lácteos. “O leite de vaca, que não tem DHA, é totalmente inadequado para as crianças até 3 anos”, avisa o especialista.

Vale frisar que a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Associação Brasileira de Nutrologia já recomendam a ingestão de DHA na gestação e nos primeiros anos de vida. “Até os 6 meses, aconselhamos a amamentação exclusiva. Se a mãe segue uma dieta com alimentos ricos em DHA, o bebê que mama contará com todas as vantagens desse neuronutriente, que promove o desenvolvimento neurológico e também visual dos pequenos”, frisa Mário.

Mercado brasileiro já tem compostos lácteos enriquecidos com DHA (Foto: Free Images) Mercado brasileiro já tem compostos lácteos enriquecidos com DHA (Foto: Free Images)

Depois dos 6 meses, deve-se oferecer comidinhas e continuar com a amamentação até os 2 anos. “Nesse processo de introdução de novos alimentos, é fundamental acrescentar ao cardápio os peixes e a gema de ovo.”

Para as mães que não amamentam, Mário indica os leites enriquecidos com DHA para os bebês. Como 85% do cérebro se desenvolvem durante os primeiros cinco anos de vida, o especialista recomenda que, dos 6 meses aos 5 anos, sejam incluídos compostos lácteos enriquecidos com o nutriente . Também devem ser oferecidos alimentos com altas quantidades de DHA, como a gema do ovo e os peixes de águas profundas e frias. É importante que o pediatra seja consultado antes de as mães oferecerem qualquer produto aos pequenos.

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