Falta de informação sobre diarreia infantil é um fator preocupante; confira cuidados

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 02/07/2015 às 6:00

Imagem de menino (Foto: Photl.com) Dados da Unicef apontam que apenas 39% das crianças que são acometidas pela diarreia recebem tratamento adequado (Foto: Photl.com)

A diarreia é a segunda doença que mais mata crianças menores de cinco anos em todo o mundo. Para ter uma ideia, no Brasil, uma pesquisa do Datasus registrou, no ano de 2013, 64.509 internações de crianças no Sistema Única de Saúde (SUS) com esse diagnóstico. Já dados do Fundo das Nações Unidades para a Infância (Unicef) apontam que apenas 39% das crianças que são acometidas pelo problema recebem tratamento adequado. Os especialistas alertam: um dos fatores que mais contribuem para a morte dos pequenos pacientes é a falta de informação.

A diarreia causa perda de água e eletrólitos, resultando no aumento do volume, frequência das evacuações e na diminuição da consistência das fezes. Os médicos consideram como diarreia quando a criança tem, pelo menos, três episódios de evacuações em um período de 24 horas. Boca seca, olhos fundos e sem brilho, choro sem lágrimas, sonolência ou irritabilidade e diminuição importante da quantidade de urina são outros sintomas de alerta. Os principais causadores da doença são infecções por vírus, bactérias e outros parasitas que se instalam no organismo. "Os agentes causadores da diarreia em geral provocam lesão na mucosa do intestino e/ou alteram o funcionamento das células intestinais, ocasionando a perda de água e sais minerais", explica a médica Talita Poli Biason, gerente médica da unidade MIP Aché.

Um dos tratamentos recomendados pelos especialista é o uso do zinco no combate à diarreia aguda em crianças menores de cinco anos. "Para a reconstrução da mucosa intestinal, o zinco tem um papel fundamental, pois ajuda a regenerar o tecido da região, podendo diminuir os efeitos da doença no organismo. A suplementação com zinco tem sido utilizada por trazer bons resultados. Estudos mostram que quando o mineral é usado por 10 a 14 dias após o início do episódio, é capaz de reduzir a duração da diarreia aguda em 25% e diminuir a incidência de novos episódios da doença por até três meses", explica a médica. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o principal tratamento contra a diarreia aguda deve combater duas frentes: tanto através do consumo de suplemento de zinco, como reposição de água e sais minerais, feita por meio da ingestão de líquidos e de soro de reidratação oral.

Ingerir água e alimentos contaminados por bactérias, vírus ou parasitas provenientes de fezes humanas e de animais são as principais causas do surgimento da diarreia aguda. Por isso, a gerente médica da unidade MIP Aché orienta que para evitá-la as pessoas devem prestar bastante atenção à higiene, tomando alguns cuidados, como, por exemplo, utilizar apenas água potável, tanto para beber quanto para cozinhar, e, quando isso não for possível, fervê-la antes de consumi-la; lavar bem as mãos antes de preparar ou consumir qualquer alimento, sendo que em situações que não der para fazê-lo, usar álcool em gel para assepsia; higienizar os alimentos crus antes de consumi-los é também fundamental.