Após contribuir com redução da mortalidade infantil, Mãe Coruja investe na 1ª infância

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 02/07/2015 às 12:11
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O Mãe Coruja está em 105 municípios, sendo 103 com gestão estadual e dois com cooperação técnica entre o Estado e as cidades de Ipojuca e Recife (Foto: Edmar Melo/JC Imagem) O Mãe Coruja está em 105 municípios, sendo 103 com gestão estadual e dois com cooperação técnica entre o Estado e as cidades de Ipojuca e Recife (Foto: Edmar Melo/JC Imagem)

Depois de alcançar uma redução de 26,3% do coeficiente de mortalidade infantil por mil nascidos vivos ao longo de cinco anos, o Programa Mãe Coruja Pernambucana entra numa nova fase, com a meta de ampliar o atendimento à primeira infância (fase que contempla crianças até sete anos) através de um plano de desenvolvimento para essa faixa etária. Esse assunto ganha vez nesta quinta-feira (2), durante o 4º Encontro do Programa Mãe Coruja, realizado no Centro de Convenções de Pernambuco. O encontro reúne cerca de 500 pessoas, entre profissionais e técnicos que atuam no programa, da Região Metropolitana do Recife ao Sertão do Estado.

"Continuamos com o desafio de reduzir a mortalidade, mas agora as crianças já não morrem tanto e precisamos cuidar melhor delas. Então, o foco hoje do Mãe Coruja está muito voltado para o desenvolvimento infantil, o cuidar dessa criança até que ela consiga ter condição ideal de entrar na escola e ser uma cidadão de direito e prioridade", diz a coordenadora do programa, Bebeth de Andrade de Lima.

Assim, o evento desta quinta-feira, segundo Bebeth, tem como foco a troca de experiências e o alinhamento de conhecimentos para seguir essa nova caminhada. "Temos o cuidado de alinhar o conhecimento, mas sabemos que os profissionais trabalham de uma forma no Sertão, de outra na Mata e no Agreste. Esperamos que, com esse encontro, esses profissionais saiam fortalecidos e animados para enfrentar os novos desafios que a cada ano se renovam", frisa Bebeth.

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Premiado internacionalmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização dos Estados Americanos (OEA) por ter se tornado referência no cuidado e atenção na área materno e infantil, o Mãe Coruja conseguiu reduzir a mortalidade infantil em Pernambuco de 25,8 por mil nascidos vivos, em 2007, para 16 por mil, em 2012. Agora, o novo desafio do programa, destacado por Bebeth de Andrade Lima, é investir no desenvolvimento infantil.

Criado em 2007 e instituído como política pública por meio da Lei 13.959, em 2009, o Mãe Coruja está presente em 105 municípios, sendo 103 com gestão estadual e dois com cooperação técnica entre o Estado e as cidades de Ipojuca e Recife. Em todos os municípios onde o programa está presente existe um espaço de referência denominado Canto Mãe Coruja, destinado ao acolhimento, monitoramento e promoção de ações intersetoriais envolvendo 14 secretárias estaduais.

O Mãe Coruja Pernambucana contabiliza hoje cerca de 140 mil mulheres cadastradas e 80 mil crianças acompanhadas. O Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos e Maternidade do Ministério da Saúde apontam uma redução de 45% na mortalidade infantil em Pernambuco. A taxa foi reduzida, em média, no mesmo período, em 14% nos municípios do Mãe Coruja e em 5% em todo o Estado, de acordo com dados do Comitê Estadual de Morte Materna.