Saiba quando crianças e jovens devem passar pelo eletrocardiograma, o RG do coração

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 29/06/2015 às 17:05
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Eletrocardiograma deve ser feito em crianças e adolescentes em início de prática esportiva (Foto: Free Images) Eletrocardiograma deve ser feito em crianças e adolescentes em início de prática esportiva (Foto: Free Images)

Você sabia que as crianças e adolescentes que pretendem iniciar a prática esportiva ou que possuem histórico de doença cardiovascular na família devem fazer um eletrocardiograma? É o que aconselha o cardiologista Carlos Alberto Pastore, do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). O médico, que presidiu o Congresso Internacional de Eletrocardiologia, que terminou no sábado (27/6), em Comandatuba, na Bahia, define o eletrocardiograma como o RG do coração.

Uma boa consulta cardiológica e um eletrocardiograma bem interpretado podem diagnosticar mais de 90% dos problemas cardíacos, principalmente os congênitos, o que poupa milhares de vidas, segundo o médico. Quanto antes essas doenças forem diagnosticas, maiores as chances de sucesso no tratamento e de que a criança e o adolescente tenham vida normal. Com esse “RG elétrico do coração”, é possível acompanhar o histórico da evolução ou surgimento das doenças do sistema elétrico cardíaco ao longo da vida, explica Pastore.

O cardiologista do Incor ressalta que os jovens cardiopatas, se forem expostos a uma condição de estresse cardiovascular sem preparo, podem ser em breve uma das 140 mil pessoas vítimas de morte súbita anualmente no Brasil. “É um erro as academias e clubes não exigirem avaliação cardiológica para início de atividade física. Mesmo que isso não seja solicitado, os pediatras devem ficar atentos, orientando os pais a levarem os filhos para consulta com o cardiologista, principalmente antes do início da prática física”, diz Pastore.

Uma boa consulta cardiológica e um eletrocardiograma bem interpretado podem diagnosticar mais de 90% dos problemas cardíacos, principalmente os congênitos (Foto: Free Images) Uma boa consulta cardiológica e um eletrocardiograma bem interpretado podem diagnosticar mais de 90% dos problemas cardíacos, principalmente os congênitos (Foto: Free Images)

 

Saiba mais

O eletrocardiograma registra a atividade elétrica do coração, que se apresenta alterada no aparecimento ou na evolução de mais de 90% das doenças cardíacas (principalmente as arritmias, sejam em pessoas doentes ou saudáveis) e os infartos agudos.

Ao longo da evolução do método de diagnóstico, impulsionada pelas necessidades específicas dos médicos, foram surgindo diversas variantes do exame que, em sua forma original, é feito com o paciente deitado e em repouso.

O sistema holter (eletrocardiograma de 24 horas) para avaliação de arritmias, é um dos resultados desse desenvolvimento. O teste ergométrico, um eletrocardiograma sob exercício em esteira, avalia a funcionalidade das artérias do coração.

Atualmente, sistemas computadorizados sofisticados incrementam as informações do eletro, apresentando traços da atividade elétrica do coração, a partir dos quais o diagnóstico é estabelecido com maior refinamento e precisão. Nesse rol, o sistema looper, por exemplo, é capaz de captar eventos esporádicos das arritmias. O eletrocardiograma de alta resolução, por outro lado, auxilia a predizer o aparecimento de uma arritmia. O mapeamento eletrocardiográfico de superfície (Body Surface Mapping) consegue fornecer mais de 80 pontos de observação do coração.