Festas de São João: Barulho dos fogos de artifício ameaçam a audição

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 22/06/2015 às 17:02
fogos_Destaque FOTO:

Explosões de fogos de artifício, rojões e bombinhas podem causar efeitos nocivos à saúde auditiva (Foto: Beto Figueirôa/Acervo JC Imagem) Explosões de fogos de artifício, rojões e bombinhas podem causar efeitos nocivos à saúde auditiva (Foto: Beto Figueirôa/Acervo JC Imagem)

A saúde auditiva também merece atenção especial neste período junino. Precisamos ficar atentos a dois principais vilões: os longos períodos em que ficamos expostos à música alta e a utilização de fogos de artifício. O Conselho Regional de Fonoaudiologia 4ª Região, com sede no Recife, orienta a população para os riscos. As explosões de fogos de artifício, rojões e bombinhas podem causar efeitos nocivos à saúde auditiva. A exposição ao forte ruído pode levar a perda de células auditivas, perfuração do tímpano, sensação de zumbido, além do risco de queimaduras durante a utilização dos fogos.

A música que anima as festas juninas também pode ser vilã, no caso de exposição a altos volumes. O nível de som suportado pelo ser humano, sem que isso lhe cause prejuízo ao aparelho auditivo, gira em torno de 60-70 decibéis, a depender da intensidade e do tempo de exposição. Em festas abertas, como os pátios de forró, a música geralmente costuma ser mais alta do que o limite máximo. É aconselhável uma distância de pelo menos 10 metros da fonte sonora (bandas, caixas de som e/ou trio elétrico).

O zumbido, que pode surgir durante ou após a exposição da pessoa a altos níveis sonoro, pode durar horas ou dias, a depender da lesão imposta ao ouvido por essa exposição indevida. E mais: pode ser um indicativo de perda auditiva.

Os cuidados devem ser redobados com crianças. “Os pais que levam o filhos pequenos a eventos com fogos de artifício devem ter cuidado com o tempo em que essa criança fica exposta a explosões, pois os danos auditivos nessa fase costumam ser maiores do que na idade adulta e geralmente são irreversíveis", orienta o fonoaudiólogo Gleybson Lenon.

Outra dica é, a cada 30 minutos, ficar longe do barulho por 10 minutos. Dessa forma, o ouvido tem tempo para se recuperar. O fonoaudiólogo lembra a importância de não se automedicar. “Alguns medicamentos podem provocar ototoxidade, que é um termo utilizado para indicar medicamentos que podem danificar o ouvido, o que pode levar à perda auditiva, zumbido ou distúrbios de equilíbrio”, alerta.

Vale destacar que, se o zumbido ou a sensação de abafamento durar mais de três dias, a recomendação é procurar um otorrinolaringologista para verificar se houve alguma lesão.

Confira os sinais da perda de audição

- Dificuldade para compreender o que os outros falam.

- Necessidade de aumentar o volume do som ou da TV frequentemente.

- Dificuldade para entender conversa ao telefone ou celular e palavras quando há mais pessoas falando ao redor.