Brasil registra quase 60 mil novos casos de câncer de mama todo ano

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 20/06/2015 às 8:00

Imagem de mulher com símbolo do câncer de mama (Foto: Hélia Scheppa / Acervo JC Imagem) Quando diagnosticado e tratado logo no início, o câncer de mama tem boas chances de cura (Foto: Hélia Scheppa / Acervo JC Imagem)

Levantamento do Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta para quase 60 mil novos casos de câncer de mama no Brasil todos os anos, o que corresponde a 22% de todos os tipos da doença registrados. Um fator que ainda preocupa os especialistas é a alta taxa de mortalidade, muitas vezes relacionada ao diagnóstico tardio, já que muitas mulheres deixam de realizar a mamografia anual após os 40 anos.

Para a médica radiologista Vivian Schivartche, especialista em diagnósticos de câncer de mama do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo, os principais motivos para a negligência feminina em relação à saúde são receio de sentir dor, apreensão em relação aos resultados, jornada de trabalho exaustiva e dificuldades de acesso até as clínicas. A profissional defende que, quando diagnosticada e tratada logo no início, a doença tem boas chances de cura. "O diagnóstico precoce é um grande aliado da mulher. Por isso, ela tem todos os motivos para marcar no calendário anual o mês em que vai fazer mamografia. Até porque, quanto mais precocemente a doença é diagnosticada, mais cedo começa o tratamento – com altas chances de sucesso hoje em dia", defende.

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Quando há suspeita de câncer de mama, geralmente a paciente é submetida à mamotomia - uma biópsia a vácuo por agulha. Trata-se da remoção de uma amostra do tecido para que seja realizado um exame histológico, a fim de apontar se as alterações celulares são benignas ou malignas. A mamotomia realiza biópsia de nódulos de até 1,5cm ou calcificações muito pequenas agrupadas nas mamas. O procedimento, que é guiado pela estereotaxia (mamografia), ultrassom, ou por ressonância magnética, é realizado em clínica ou ambulatório, dispensa internação, é indolor (faz uso de anestesia local) e praticamente não deixa nenhuma cicatriz na paciente, retirando bastante material da lesão.

“O procedimento é simples quando comparado ao que se fazia há alguns anos, quando a paciente era submetida a um procedimento cirúrgico, permanecia internada por dois ou três dias e ainda ficava com cicatriz. Diante de um diagnóstico maligno, era realizada nova cirurgia para retirada de tecido ao redor do tumor. Disponível na maior parte das clínicas das grandes cidades, a mamotomia é um método diagnóstico preciso, facilita a vida da paciente e não deixa marcas – nem físicas, nem emocionais. Outro dado importante é que somente dois em cada dez nódulos encontrados e submetidos à biópsia estão de fato relacionados ao câncer de mama”, esclarece.

Se por acaso a mulher notar um nódulo na mama antes dos 40 anos, o acompanhamento médico é essencial. "Nesse caso, é importante procurar o médico antes do intervalo dos exames e fazer ultrassonografia das mamas. Quem tiver acesso à tomossíntese – também conhecida como mamografia tridimensional ou 3D – também deve recorrer a esse exame que comprovadamente aumenta a precisão diagnóstica do câncer de mama. Entre suas virtudes, destacam-se a visualização de tumores menores, mais agressivos e provavelmente mais precocemente, quando comparada à mamografia convencional. Outra vantagem é que imagens formadas pela sobreposição dos tecidos na mamografia e que obrigam a paciente a fazer mais radiografias para esclarecimento, incluindo outros exames e até mesmo biópsia, ocorrem com muito menos frequência na tomossíntese”.