Novo software contribui no diagnóstico mais preciso do câncer de mama

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 15/06/2015 às 15:02

Imagem de mulher realizando autoexame das mamas (Foto: divulgação) Pesquisa aponta que, até o fim deste ano, cerca de 57 mil mulheres serão diagnosticadas com a doença; software ajuda em diagnóstico mais preciso (Foto: divulgação)

Um novo avanço pode contribuir para a melhorar no diagnóstico do câncer de mama. Trata-se do C-View, um software que utiliza as imagens da tomossíntese - também conhecida como mamografia tridimensional ou 3D - e produz imagens mamográficas em duas dimensões. Com as imagens sintetizadas, não há necessidade de uma nova radiação ou que a paciente tenha que fazer a mamografia convencional.

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Com o novo software, os especialistas aproveitam todas as vantagens da tomossíntese e da mamografia em duas dimensões, reduzindo também os níveis de radiação aos quais a paciente costuma ser submetida. Já aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a incorporação do software à tomossíntese permite adotar uma rotina em que a paciente tem os benefícios da tomossíntese com mínima radiação.

"A mamografia 2D sintetizada pode ser vista como um mapa de estrada que nos guia para uma análise mais rápida e adequada das imagens da tomossíntese. Quando incorporada à mamografia 3D, teremos mais condições de atingir nosso objetivo, que é o diagnóstico precoce com benefício de menor radiação", explica o médico radiologista do CDB Premium, Aron Belfer, responsável pela introdução da tomossíntese no Brasil.

Tomossíntese

Introduzida nos últimos anos no País, a tomossíntese conseguiu aumentar a precisão diagnóstica do câncer de mama, sendo importante aliada na detecção precoce da doença. Entre as virtudes do diagnóstico pela tomossíntese estão a visualização de tumores menores, mais agressivos e provavelmente mais precocemente, quando comparada à mamografia convencional.

Imagens formadas pela sobreposição dos tecidos na mamografia e que obrigam a paciente a fazer mais radiografias para esclarecimento, incluindo outros exames e até mesmo biópsia, ocorrem com muito menos frequência na tomossíntese. Para uma avaliação adequada, entretanto, era necessário obter tomossíntese em conjunto com a mamografia em duas dimensões.

"Quando a mamografia convencional (2D) é realizada isoladamente, a sobreposição de estruturas da mama pode simular lesões suspeitas. Com a tomossíntese, cada imagem representa uma fatia de um milímetro da mama, eliminando a sobreposição dos tecidos. Com isso, temos melhor definição das bordas das lesões, melhor detecção de lesões sutis e melhor localização da lesão na mama. Em média, a tomossíntese leva quatro segundos para ser realizada, pouco mais que a mamografia convencional. Entretanto, permite a detecção do câncer numa fase muito precoce e em mamas densas e heterogêneas. Além disso, com o uso do software, a exposição à radiação cairá pela metade", explica Belfer.