Alcoólicos Anônimos resgatam vidas roubadas pela dependência

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 06/06/2015 às 13:00

Irmandade faz 80 anos em atividade no mundo, com 2 milhões de pessoas que se orgulham de terem sido salvas do alcoolismo para livrar outras de efeitos nefastos da embriaguez (Foto: André Nery/JC Imagem) Irmandade faz 80 anos em atividade no mundo, com 2 milhões de pessoas que se orgulham de terem sido salvas do alcoolismo para livrar outras de efeitos nefastos da embriaguez (Foto: André Nery/JC Imagem)

Desde a adolescência, o vendedor Almir, 28 anos, trava uma batalha que parece não ter fim contra o alcoolismo, considerado um transtorno mental que atinge 10% dos brasileiros. Com histórico de passagem por cinco clínicas onde se internou diversas vezes e lembranças de comportamentos violentos decorrentes do uso abusivo do álcool, Almir alimenta hoje uma forte esperança de se livrar dos efeitos nefastos da dependência. Está há 3 meses e 10 dias longe da bebida alcoólica. Ele atribui esses dias de sobriedade ao suporte que tem recebido do Alcoólicos Anônimos (AA) – uma irmandade de mais de 2 milhões de homens e mulheres que completa 80 anos de atividades no mundo na próxima quarta-feira (10).

Semanalmente, a cada encontro, os membros do AA partilham entre si experiência e esperança para debelar o alcoolismo. Em Pernambuco, 430 grupos (320 deles espalhados pelo Grande Recife) promovem reuniões regulares – ocasião em que é disseminada a filosofia de 12 passos que ajudam uma pessoa dependente da bebida alcoólica a se manter longe da embriaguez. O maior lema do AA preconiza a aceitação de impotência perante o álcool. “Estou mais seguro para enfrentar a bebida porque o AA tem me ajudado a admitir que o alcoolismo é uma doença, e não uma fraqueza ou problema de falta de caráter”, conta Almir, que está com planos para retomar mais de uma década de vida roubada pelas consequências trágicas da bebedeira.

“No período mais crítico, há três meses, o AA apareceu repentinamente. Estava numa clínica de recuperação e já não aguentava mais tantas frustrações”, diz Almir sobre os baques enfrentados durante as tentativas de abandonar o alcoolismo. Ele relata que bebia para dormir, esquecer, ficar feliz e se manter acordado. A dependência o fez abandonar os estudos e passar um tempão desempregado.

Continue lendo a matéria no JC Online e faça o teste abaixo, que indica se o programa de recuperação de AA pode ajudá-lo. Este teste foi produzido pelo próprio AA. Se a pontuação der 33% ou um percentual maior, é provável que você tenha problemas com o álcool. Telefones dos grupos no Recife: 81 3221-3592 e 81 3221-1555. Sites: www.aa-area06pe.org.br e www.alcoolicosanonimos.org.br.