Acordo retira mais sete mil toneladas de sódio dos alimentos processados

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 14/05/2015 às 9:17
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Acordo prevê redução de sódio em alimentos como biscoitos (Foto: Free Images) Acordo prevê redução de sódio em alimentos como biscoitos (Foto: Free Images)

Reduzir a quantidade de sódio consumida diariamente pela população brasileira é a meta do Plano Nacional de Redução de Sódio em Alimentos Processados, que conseguiu reduzir em até 10% o teor de sódio presente em 839 produtos em sua segunda fase. O compromisso entre o Ministério da Saúde e a Associação das Indústrias da Alimentação (Abia) possibilitou que, em três anos (2011-2014), fossem retiradas 7.652 toneladas de sódio dos produtos alimentícios. A meta é que, até 2020, as indústrias do setor promovam a retirada voluntária de 28.562 toneladas de sal do mercado brasileiro.

Na segunda fase, foram analisados bolos, snacks (batata palha e salgadinhos de milho), maioneses e biscoitos. Esses produtos, que somam 69 indústrias, retiraram 5.793 toneladas de sódio de suas fórmulas desde 2013, quando foi firmado o acordo para essas categorias. Na primeira etapa, de 2011, que envolveu macarrão instantâneo, pão de forma e bisnaguinha, 1.859 toneladas de sódio saíram do mercado.

Fazem parte do acordo outras duas etapas que deverão ser divulgadas até 2016. O cumprimento das metas, que envolve os produtos mais consumidos pela população, contribuirá para a redução do consumo de sódio diário no país para menos de dois gramas por pessoa (cerca de cinco gramas de sal).

“Conseguir retirar mais de 7 mil toneladas de sódio é uma parte importante no enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis e promoção da saúde do brasileiro. O impacto disso é a garantia de mais 4 anos de vida e uma redução de 15% nos óbitos por acidente vascular cerebral. Significa também que 1,5 milhão de brasileiros não precisará de medicamentos e poderá controlar a pressão arterial com atividade física e alimentação saudável. É um ganho de vida”, diz o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

A maior redução foi observada na categoria rocamboles, com queda de 21,11% no teor de sódio, seguida pela mistura para bolo aerado (16,6%) e maionese, com queda de 16,23%. Todas as demais categorias também registram queda: bolos prontos sem recheio (15,8%), bolos prontos com recheio (15%), batata frita e batata palha (13,71%), biscoito doce (11,41%), salgadinho de milho (9,4%), biscoito doce recheado (6,48%), mistura para bolo cremoso (5,9%) e biscoito salgado (5,08%).

“O alimento industrializado não é o único responsável por todo o excesso de sal que ingerimos. Precisamos cuidar muito da maneira que preparamos os alimentos em casa e no que comemos nos restaurantes. Mas precisamos, principalmente, deixar de adicionar o sal nos alimentos já prontos. Isso significa retirar o saleiro da mesa", orienta o ministro.

Ele acrescenta que dados da Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (Vigitel) mostram que o brasileiro acha que usa pouco sal, mas consume muito. Em média, são 12 gramas por dia, quando se deveria ingerir, no máximo, cinco gramas.

Notificação

As indústrias que não alcançaram o resultado esperado de redução foram notificadas pelo Ministério da Saúde e deverão apresentar justificativa, além de uma nova estratégia para diminuir a quantidade de sal dos alimentos.

Para os próximos passos, está prevista a redução não somente dos níveis máximos de sódio nas categorias, mas também do nível médio de sódio. Os produtos analisados continuam fazendo parte do programa, ainda com as metas alcançadas. A cada ano, novas metas são traçadas visando maiores reduções. O Plano Nacional de Redução de Sódio em Alimentos Processados é uma ação que alerta a população para o consumo de sal na hora das refeições e na escolha dos produtos nas gôndolas dos supermercados.