Controle de medicamentos ajudará a combater problemas como falsificação

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 07/05/2015 às 6:00
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No Brasil, 20% dos remédios em circulação são falsos (Foto: Free Images) No Brasil, 20% dos remédios em circulação são falsos (Foto: Free Images)

O Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM) deve ser implantado no Brasil até o fim de 2016. A primeira etapa do projeto (fase piloto) deve ser encerrada neste ano. Para que funcione como se espera e como determina a lei, com os medicamentos sendo rastreados desde a saída da fábrica até o usuário final (consumidor), será necessário um grande investimento em tecnologia da automação (TA) e em tecnologia da informação (TI) em todos os elos da cadeia farmacêutica. Para discutir a implantação de todo esse processo, será realizado em São Paulo, no dia 27 de maio, o Seminário de Tecnologia para Rastreabilidade de Medicamentos (SETRM2015).

O controle de medicamentos por meio da rastreabilidade ajudará a combater problemas como o de falsificação, contrabando e roubo de carga, entre outros que, além de gerar um prejuízo enorme ao mercado, colocam a saúde da população brasileira em risco.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que as autoridades estimam que a falsificação, o contrabando e o roubo de carga causaram as mortes de cerca de 800 mil pessoas no mundo no período de 2000 a 2006. Em termos financeiros, segundo relatório do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), apenas o contrabando é responsável por um prejuízo de aproximadamente R$ 8 bilhões no Brasil por ano para o setor. E dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, no Brasil, 20% dos remédios em circulação são falsos, enquanto a média mundial é de 10%.

“A ideia do SETRM2015 é promover a integração e a troca de experiências entre as agências governamentais, academia e empresas do setor, a fim de colaborar com a implantação do SNCM”, diz o professor Eduardo Mario Dias, do Gestão em Automação e Tecnologia da Informação (Gaesi), do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétrica, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).

“Trata-se de uma demanda global e, em 2018, espera-se que mais de 40 países já possuam alguma regulamentação para o combate à falsificação e contrabando de medicamentos, com 75% de toda a produção mundial sendo controlada de alguma forma”, acrescenta Dias. “Combater um problema como esse é prioridade de qualquer nação. Entretanto, a implantação não é uma tarefa fácil, o que torna fundamental todos os esforços para completar a fase piloto, tema do seminário deste ano, de forma a evidenciar problemas que possam colocar em risco o compromisso do setor com a sociedade”, finaliza o professor.