Robótica ajuda a promover desenvolvimento de crianças com autismo

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 10/04/2015 às 11:06

Estudos mostram que crianças com autismo conseguem interagir bem com robôs, o que favorece o desenvolvimento (Foto: Inaldo Lins/PCR) Estudos mostram que crianças com autismo conseguem interagir bem com robôs, o que favorece o desenvolvimento (Foto: Inaldo Lins/PCR)

As estudantes Hellen Cristina e Maria de Lourdes, 4 anos, passaram a tarde da quinta-feira (9) brincando e aprendendo com os robôs humanoides do Programa Robótica na Escola, da Prefeitura do Recife. Elas são aulas da Escola Municipal Poeta Paulo Bandeira da Cruz, no bairro da Cohab, Zona Sul da cidade. A partir dessa ótica lúdica, Hellen, Maria de Lourdes e demais alunos com autismo da rede municipal de ensino tiveram a primeira aula dentro da proposta de inclusão pedagógica da Secretaria de Educação do Recife.

A iniciativa contemplará, de forma contínua, todos os 194 estudantes da rede municipal que têm transtorno do espectro autista. Nessa primeira etapa do projeto, 27 professores do Atendimento Educacional Especializado (que têm especialização em educação especial) participaram de formações para uso das tecnologias assistivas com crianças que convivem com autismo. A Secretaria Municipal de Educação, que conta com 30 robôs humanoides, vai levá-los em duas escolas por semana.

O secretário-executivo de Tecnologia na Educação do Recife, Francisco Luiz dos Santos, explica que a ação se baseia em estudos teóricos e experiências realizadas em diversos locais do mundo, como Estados Unidos, Portugal, Inglaterra e México. "A iniciativa de usar a robótica como instrumento no atendimento educacional especializado para o desenvolvimento das pessoas com autismo é pioneira nas redes municipais de ensino do Brasil", diz. "Esses recursos de robótica para alunos com o transtorno mal estão disponíveis na rede privada. A maioria das crianças com autismo tem dificuldade de socializar com humanos, mas os estudos já mostram que eles conseguem interagir muito bem com robôs", complementa Francisco Luiz.

Através das aulas com robôs, crianças aprimoram linguagem, essencial para a aprendizagem (Foto: Inaldo Lins/PCR) Através das aulas com robôs, crianças aprimoram linguagem, essencial para a aprendizagem (Foto: Inaldo Lins/PCR)

De acordo com uma das coordenadoras do Programa Robótica na Escola, Ana Paula Andrade, as atividades são específicas para cada aluno e foram planejadas pelas professoras do Atendimento Educacional Especializado em parceria com a equipe do Programa Robótica na Escola.

"Programamos o comportamento dos robôs para que eles abordem especificamente as necessidades dos estudantes com autismo, através de brincadeiras que trabalham questões pedagógicas. Vivenciamos situações em que crianças que não falavam com ninguém passaram a conversar com os robôs. Esse estímulo ao desenvolvimento da linguagem é essencial para a aprendizagem, pois é a partir disso que o aluno consegue entender o professor", explica Ana Paula.