Dia Roxo: Cerca de 50 milhões de pessoas no mundo têm epilepsia, que pode ser controlada

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 26/03/2015 às 7:00

O roxo vem da flor de lavanda, frequentemente associada à solidão, pois representa o isolamento que infelizmente muitas pessoas com epilepsia vivenciam (Foto: Reprodução/Internet) O roxo vem da flor de lavanda, frequentemente associada à solidão, pois representa o isolamento que infelizmente muitas pessoas com epilepsia vivenciam (Foto: Reprodução/Internet)

Nesta quinta-feira (26/3), nossos olhos se voltam para o Dia Mundial da Conscientização da Epilepsia, conhecido como Dia Roxo. Nesta data, pessoas ao redor do mundo são convidadas a vestir alguma peça dessa cor em apoio à causa. O roxo vem da flor de lavanda, frequentemente associada à solidão, pois representa o isolamento que infelizmente muitas pessoas com epilepsia ainda vivenciam.

“O Dia Roxo é simbolizado anualmente pelo 26 de março e representa um esforço internacional para aumentar a consciência sobre a epilepsia em todo o mundo”, diz a neurologista infantil Adélia Henriques Souza, presidente da Liga Brasileira de Epilepsia.

A doença é caracterizada por um conjunto de sintomas, originados de um grupo de neurônios disfuncionantes, que emitem sinais atípicos ou irregulares. “As pessoas reconhecem facilmente a síndrome quando ocorre o ataque epiléptico, mas a doença é mais do que isso", diz o neurocirurgião Luiz Daniel Cetl, especialista em epilepsia. Ele reforça que os pacientes, bem acompanhados, podem ter uma vida ativa, a exemplo de Vincent van Gogh, Fiódor Dostoiévski e Machado de Assis. "O Dia do Roxo é mais uma oportunidade para conscientizar e diminuir os preconceitos em relação à doença", acrescenta.

Cerca de 50 milhões de pessoas no mundo têm epilepsia. Em 50% dos casos, a causa da enfermidade é desconhecida; 75% têm início ainda na infância.

Os principais sinais apresentados por pelas pessoas que convivem com epilepsia são perda de consciência quando se cai no chão, contrações musculares em todo o corpo, mordedura da língua, salivação intensa e respiração ofegante. “São os sinais mais evidentes, embora existam outros, como movimentação espontânea e incontrolável de mãos, braços e pernas. Os sintomas e seus sinais característicos aparecem conforme a localização do grupo de neurônios afetados”, explica o neurocirurgião.

O especialista orienta que, diante de uma pessoa que vivencia um ataque epilético, o ideal é deitá-la no chão e afastá-la de objetos e móveis que possam machucá-la. "Jamais coloque a mão ou o dedo na boca do indivíduo. Durante uma crise convulsiva, a pessoa tem salivação intensa. O indicado é mantê-la de lado para evitar que se sufoque com a saliva. É preciso deixá-la se debater livremente até que a crise passe. Isso tem duração de segundos ou poucos minutos", orienta Luiz Daniel Cetl. Ele reforça ainda que apenas em casos de crises repetitivas, um serviço de emergência deve ser acionado imediatamente.

O tratamento convencional para a epilepsia é por via medicamentosa, com uso das chamadas drogas antiepilépticas (DAE), eficazes em cerca de 70% dos casos (há controle das crises) e com efeitos colaterais pequenos. Outros tratamentos possíveis são a cirurgia, a estimulação do nervo vago e dieta cetogênica. Apenas um profissional é capaz de indicar a terapêutica apropriada para o paciente.