Pacientes com diabetes devem ter cuidado redobrado com a visão, alerta especialista

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 24/03/2015 às 18:00

Olho (Foto: Free Images) A retinopatia diabética faz parte das complicações mais frequentes do paciente com diabetes. É, inclusive, uma das principais causas de cegueira (Foto: Free Images)

Pacientes que convivem com diabetes, doença que compromete a produção e o uso de insulina pelo corpo no controle dos níveis de açúcar no sangue, devem ter a atenção dobrada para o bom funcionamento do organismo. Coração, rins e principalmente os olhos são alguns dos órgãos vitais que podem ser prejudicados.

“Junto com as alterações neurológicas, renais e vasculares, a retinopatia diabética, termo usado para designar alterações na retina, faz parte das complicações mais frequentes do paciente com diabetes. É, inclusive, uma das principais causas de cegueira”, alerta o oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo.

Essas alterações da retina se comportam de maneiras diferentes nos pacientes com diabetes tipo 1 e nos que têm diabetes tipo 2. "Com um controle rigoroso da glicemia, é possível retardar o aparecimento ou diminuir a gravidade do problema", completa o médico. Consultar um especialista ao sentir qualquer desconforto visual é essencial, uma vez que os distúrbios podem passar despercebidos inicialmente.

Com o passar do tempo, dependendo do controle e progressão da doença, pode haver alterações nas paredes dos vasos retinianos, levando à formação de microaneurismas e hemorragias, depósitos lipídicos (gordura) na retina, edema retiniano e alterações causadas pela dificuldade de irrigação. Isso geralmente favorece a perda da visão central.

Tratamento 

As injeções intravítreas de antiangiogênicos, liberadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e pelo FDA (agência do governo dos Estados Unidos de controle de remédios e alimentos), representam um grande avanço no tratamento da retinopatia diabética. Ensaios clínicos demonstram que a aplicação dos antiangiogênicos melhora em até 34% a visão central e estabiliza a visão em 90% dos casos.

Embora nem todo paciente possa recuperar a visão perdida, as injeções intravítreas impedem a progressão da doença, evitando que a pessoa fique cega. “Com anestesia local e pupilas dilatadas, a injeção é aplicada diretamente no vítreo, camada gelatinosa localizada entre a retina e o cristalino", explica.

O procedimento deve ser repetido em intervalos regulares para resultados duradouros. No tratamento, o paciente precisa usar colírios antibióticos prescrito pelo oftalmologista.