Distúrbios musculoesqueléticos estão entre as principais causas de auxílio-doença no Brasil

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 24/03/2015 às 9:00

Dor na mão (Foto: Free Images) Os distúrbios musculoesqueléticos (DMEs), como a artrite, estão entre as principais causas de auxílios-doença e aposentadorias precoces no Brasil (Foto: Free Images)

Associações de pacientes, médicos e especialistas em trabalho e qualidade de vida se uniram para tentar diminuir o impacto negativo dos distúrbios musculoesqueléticos (DMEs), transtornos que estão entre as principais causas de auxílios-doença e aposentadorias precoces no Brasil. Lideradas pela Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), sete organizações lançaram a iniciativa Fit for Work, ação criada na Europa em 2007, com coordenação da Work Foundation.

Entre as doenças consideradas distúrbios musculoesqueléticos, destaque para as artrites e dorsopatias - as conhecidas dores de coluna. No ano de 2012, os DMEs representaram 18,7% do total de auxílios-doença concedidos pelo Ministério da Previdência Social, além de estarem relacionadas a 26,4% do volume de casos de invalidez precoce. O custo para a Previdência Social, em 2012, foi estimado em R$ 405 milhões.

"O impacto dos distúrbios musculoesqueléticos só pode ser minimizado, de forma eficaz, com iniciativa multidisciplinar. Pelos seus números, esse já é um problema de saúde pública. Nossa meta é contribuir para o diagnóstico precoce e tratamento adequado, como também promover a reabilitação e reintegração do paciente ao mercado de trabalho, com segurança e qualidade de vida", afirma o médico Alberto Ogata, diretor técnico da ABQV, que coordena a iniciativa Fit for Work Brasil.

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Os distúrbios musculoesqueléticos compreendem processos inflamatórios e degenerativos de nervos, ossos, músculos, tendões, ligamentos, articulações, cartilagens e discos invertebrais, que podem resultar em dor e limitação funcional, sendo as regiões lombar, cervical, ombros e antebraço as mais afetadas.

Apesar do impacto na vida e trabalho da população brasileira, muitos desses distúrbios ainda são desconhecidos da população brasileira. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Opinião Pública (Ibope), realizada com 4 mil pessoas acima de 16 anos, de áreas urbanas, entre outubro e novembro de 2013, mostrou que apenas cerca de 30% dos entrevistados conhecem as doenças dessa categoria.