Eis a dúvida de muita gente: é dengue ou virose?

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 17/03/2015 às 9:00
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É preciso estarmos atantos a sintomas específicos da dengue, como dor atrás dos olhos (Foto: Free Images) É preciso estarmos atantos a sintomas específicos da dengue, como dor atrás dos olhos (Foto: Free Images)

Nem sempre é fácil identificar a dengue assim que os primeiros sintomas da doença se manifestam, como cansaço, febre alta, dores de cabeça e uma séria de incômodos que tomam conta do corpo. “Mas é preciso estarmos atantos a sintomas específicos, como dor atrás dos olhos, vermelhidão no corpo e coceira. Diante de qualquer suspeita de dengue, o mais indicado é ir ao hospital”, orienta o infectologista Moacir Jucá, que integra a equipe do Hospital Esperança Olinda, na Região Metropolitana do Recife.

Um exame físico poderá detectar alguns dos sintomas. A prova do laço também é utilizada em casos de suspeita de dengue. “Ela é feita pressionando uma região do braço por cerca de cinco minutos. Se houver presença de pequenas placas vermelhas na área isolada, é grande a probabilidade do paciente estar com dengue”, explica Moacir Jucá.

O diagnóstico certeiro da doença, no entanto, é feito através de um exame de sangue específico, chamado sorologia, feito a partir do terceiro dia da doença. Em casos mais graves, também é necessário um hemograma com contagem de plaquetas, a fim de avaliar o risco de hemorragia.

Existem quatro tipos de dengue, uma vez que o vírus causador possui quatro sorotipos. Cada um deles só infecta o paciente uma única vez e torna a pessoa imune àquele tipo de vírus. “Ou seja, é possível que uma mesma pessoa tenha dengue até quatro vezes. A cada episódio da doença, aumentam-se as chances de se contrair as formas mais graves”, explica o infectologista.

A dengue clássica se manifesta em um período de três a sete dias após a picada do mosquito Aedes aegypti, e os sintomas podem persistir por algumas semanas. Na forma mais agressiva, a dengue apresenta os mesmos sintomas da clássica, mas com sinais de hemorragia nasal, gengival e rompimento de vasos superficiais na pele. “Quanto mais cedo o paciente for diagnosticado, menor a chance de a doença evoluir para formas mais graves”, reforça o médico.

O tratamento consiste na ingestão de líquidos para evitar a desidratação e na utilização de analgésicos e antitérmicos, exceto os que contêm ácido acetilsalicílico. Também não é permitida a utilização de anti-inflamatórios.

E vale insistir nesta mensagem: a única forma de combater a proliferação do Aedes aegypti é a prevenção. Por isso, é preciso verificar regularmente a existência de água parada em diversos recipientes, pois esses locais são um verdadeiro convite para que as fêmeas depositem os ovos. Cuidados simples como limpar as calhas, tampar as caixas d’água e guardar garrafas vazias viradas para baixo contribuem para impedir a proliferação do mosquito.