Ministério da Saúde incorpora tratamento completo para transtorno bipolar

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 10/03/2015 às 18:51

Os cinco medicamentos deverão atender, neste ano, 270 mil brasileiros que têm transtorno afetivo bipolar (Foto: Free Images) Os cinco medicamentos deverão atender, ainda neste ano, 270 mil brasileiros que têm transtorno afetivo bipolar (Foto: Free Images)

Os brasileiros que convivem com transtorno afetivo bipolar contarão com a linha completa de tratamento para a doença após a incorporação dos medicamentos clozapina, lamotrigina, olanzapina, quetiapina e risperidona. A decisão, publicada nesta terça-feira (10) no Diário Oficial da União, deverá representar um investimento do Ministério da Saúde da ordem de R$ 755 milhões em cinco anos.

A estimativa é que, já em 2015, cerca de 270 mil pessoas sejam atendidas com esse novo tratamento. A previsão é que esse número chegue a 330 mil em 2019.

Outra novidade importante é a publicação do primeiro Protocolo Clinico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), que servirá como guia para a orientação do diagnostico, tratamento e acompanhamento das pessoas que vivem com o transtorno afetivo bipolar.

Os medicamentos incorporados servem para o tratamento dos sintomas associados ao distúrbio, caracterizado por alterações de humor, fases de depressão e euforia (mania). Além disso, auxiliam na prevenção dos diferentes estágios dos episódios de mania e depressão, sintomas clássicos do transtorno.

Estima-se que os pacientes diagnosticados com transtorno bipolar podem desenvolver mais de dez episódios de mania e de depressão durante toda a vida. A duração das crises e dos intervalos entre elas em geral se estabiliza após a quarta ou quinta crises. Frequentemente, o intervalo entre os primeiro e segundo episódios pode durar cinco anos ou mais, embora 50% dos pacientes possam apresentar outra crise maníaca dois anos após a crise inicial.

“O transtorno bipolar pode se apresentar em diferentes graus, do mais leve ao mais grave. Por isso, é importante promover o diagnóstico correto e o acesso ao melhor tratamento. Com essa incorporação, a expectativa do Ministério da Saúde é que, até o fim deste primeiro semestre, os medicamentos já estejam à disposição da população” estima o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.