Mulheres não podem descuidar da saúde do coração

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 08/03/2015 às 15:00

Mulheres não devem abrir mão dos cuidados com a saúde do coração (Imagem: Free Images) Mulheres não devem abrir mão dos cuidados com a saúde do coração (Imagem: Free Images)

Neste Dia Internacional da Mulher, a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac) aproveita para orientar sobre os cuidados que as mulheres devem ter com a saúde do coração, que é cheia de peculiaridades quando se trata do sexo feminino.

“Em média, o coração da mulher tem menores dimensões do que o dos homens e, como consequência, o volume de sangue ejetado também é menor. Um exemplo é que suas células são afetadas de forma diferente por medicamentos. Acredita-se que os hormônios femininos influenciem, já que são observadas variações na ocorrência de arritmias de acordo com a fase do ciclo menstrual e durante a gravidez”, explica o cardiologista Luiz Pereira de Magalhães, presidente da Sobrac.

As arritmias cardíacas são alterações elétricas que provocam modificações no ritmo das batidas do coração. Entre elas, está a taquicardia, caracterizada pelo fato de o coração bater rápido demais, e a bradicardia, situação em que as batidas são muito lentas. Além disso, há casos em que o coração pulsa com irregularidade (descompasso), que tem como pior consequência a morte súbita cardíaca.

Por razões ainda não totalmente conhecidas, algumas arritmias são mais comuns em mulheres, especialmente as taquicardias supraventriculares, que se iniciam nos átrios e chegam a ser duas vezes mais frequentes no sexo feminino do que no masculino. “As propriedades elétricas intrínsecas às células do marca-passo cardíaco da mulher são mais aceleradas do que nos homens. Por isso, a frequência cardíaca feminina tende a ser maior, com tolerância ao exercício físico menor”, diz Luiz Pereira de Magalhães.

Outra peculiaridade é que há maior incidência de arritmias cardíacas durante o período do ciclo menstrual, em que ocorre aumento de progesterona. "Há também modificações circulatórias próprias da gestação, em que a frequência cardíaca da mulher tende a ser ainda superior, assim como a vulnerabilidade às arritmias. Isso se deve, provavelmente, à maior concentração de adrenalina no sangue e maior irritabilidade do músculo cardíaco”, frisa o cardiologista.

A prevenção é o melhor remédio contra qualquer doença. É recomendável levar uma vida saudável, praticar atividade física frequentemente, consultar um clínico ou cardiologista regularmente e realizar exames preventivos pelo menos uma vez por ano. O coração da mulher abriga muitos segredos e deixá-lo em dia é fator essencial para o seu perfeito funcionamento.