Cooperação técnica amplia possibilidade de doação de órgãos em Pernambuco

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 05/03/2015 às 6:00

Fita verde é o símbolo de apoio à doação de órgãos Fita verde é o símbolo de apoio à doação de órgãos

A Central de Transplantes de Pernambuco e a Defensoria Pública de Pernambuco conseguiram autorização, por via administrativa, para que uma paciente com morte encefálica pudesse realizar a doação de órgãos. A mulher não possuía parente até segundo grau disponível para comparecer ao hospital para efetivar o ato. Por isso, chegou-se à medida administrativa.

Essa é a segunda doação realizada a partir da assinatura do termo de cooperação assinado pela Secretaria de Saúde de Pernambuco e a Defensoria, no segundo semestre de 2014. O caso ocorreu na última terça-feira (3/3).

A doadora foi uma jovem de 18 anos, vítima de acidente de trânsito, que veio a óbito no Hospital de Trauma, em Petrolina, no Sertão pernambucano. Ela conseguiu doar o coração, fígado e os dois rins. Uma equipe captadora foi de táxi aéreo buscar órgãos para trazê-los ao Recife. Todos já foram transplantados e os receptores passam bem.

"Em caso de não parentes ou familiares que não conseguem comprovar parentesco, ou mesmo quando o parentesco é acima do segundo grau, a doação só pode ser feita por meio da atuação dos órgãos competentes para legitimar o ato", diz a coordenadora da Central de Transplantes em Pernambuco (CT-PE), Noemy Gomes.

O mesmo ocorre quando não há documento oficial com foto do doador. São nessas situações que a assessoria jurídica dará todo o suporte necessário de forma gratuita. "Sabe-se que o tempo é fator primordial e indispensável para que a doação seja bem sucedida. Esse apoio é muito importante para salvar vidas", acrescenta Noemy.

PRIMEIRO CASO

A primeira doação feita após a assinatura do termo de cooperação entre a Secretaria de Saúde de Pernambuco, a Defensoria Pública de Pernambuco e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ocorreu em setembro de 2014. O paciente, um homem de 49 anos, vítima de um acidente cerebral hemorrágico, faleceu no Hospital Pelópidas Silveira, no Curado (Zona Oeste do Recife), onde estava sendo assistido.

Apesar de a família concordar com a doação dos órgãos, a intervenção da Defensoria foi essencial porque o paciente não possuía documento oficial com foto. O homem doou o fígado, os dois rins e as duas córneas.

FILA DE ESPERA

Atualmente, 1.270 pessoas aguardam a doação de um órgão. A maior fila é de rim, com 1.051 pessoas. Ainda há 14 que esperam por um coração, 83 por fígado, 1 por rim-pâncreas, 26 por medula óssea e 94 por córnea.