Suplementação nutricional em creches deve reduzir em 40% casos de anemia

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 04/03/2015 às 12:00
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A fortificação não altera o sabor da comida servida na creche. Ela apenas complementa a alimentação diária (Foto: Heudes Regis/JC Imagem) A fortificação não altera o sabor da comida servida na creche. Ela apenas complementa a alimentação diária (Foto: Heudes Regis/JC Imagem)

No Brasil, estima-se que uma em cada cinco crianças menores de cinco anos apresentem anemia, que é mais frequente em menores de dois anos. Com o objetivo de prevenir essa condição e controlar carências nutricionais na infância, o Ministério da Saúde lançou o NutriSUS, estratégia que distribuirá 734 mil sachês de vitaminas e minerais para fortificar a alimentação ofertada em 394 creches no Estado de Pernambuco. A iniciativa beneficia mais de 12 mil crianças de 112 municípios do Estado.

O Ministério da Saúde investiu R$ 7,5 milhões na ação, que atenderá mais de 330 mil crianças de 6.864 creches em 1.717 municípios por todo o Brasil.

De acordo com o Estudo Nacional de Fortificação da Alimentação Complementar, realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), a suplementação reduz em 38% os casos de anemia e em 20% a deficiência de ferro após o uso do sachê em pó. A participação no programa é voluntária e depende do interesse do gestor municipal em aderir à iniciativa.

“Para garantir o pleno desenvolvimento na infância é fundamental fazer uma complementação com micronutrientes que permita o enfrentamento não só da mortalidade, mas também das infecções, desnutrição e obesidade. Por isso, é um grande desafio garantir uma alimentação saudável e fortificada para as nossas crianças”, avaliou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

A estratégia já funciona como projeto piloto em 470 creches de 151 municípios do Brasil e beneficia mais de 29 mil crianças. A falta de micronutrientes nos primeiros anos de vida pode prejudicar o desenvolvimento, causar doenças infecciosas e respiratórias, levar à desnutrição e ate à morte, sobretudo nas populações com menor renda, que tem menos acesso à alimentação balanceada. Uma alimentação equilibrada é um dos fatores para garantir o crescimento e desenvolvimento saudável.

O sachê que será entregue para as creches é composto de 15 micronutrientes e é facilmente administrado, devendo ser adicionado uma vez ao dia em uma das refeições oferecidas à criança. O suplemento não altera o sabor do alimento, o que evita rejeição, é de fácil absorção pelo organismo e não causa irritação gástrica. O consumo do sachê deve ser feito durante 60 dias e ter uma pausa por quatro meses. O ciclo deverá se repetir até a criança completar 3 anos e 11 meses.

“Não estamos substituindo a merenda escolar de maneira alguma. A fortificação não altera o sabor da comida servida na creche. Ela apenas complementa a alimentação diária”, esclareceu o ministro.