Notificações de casos de dengue aumentam 150% em Pernambuco

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 04/03/2015 às 15:08

Desde novembro de 2014, Pernambuco vem se mobilizando para combater os casos de dengue (Foto: Free Images) Desde novembro de 2014, Pernambuco vem se mobilizando para combater os casos de dengue (Foto: Free Images)

O Estado de Pernambuco está em alerta para o aumento das notificações de casos de dengue neste início de ano, que vem apresentando períodos de sol intercalados com chuvas, clima propício para a proliferação das larvas e do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue e da febre chicungunha. Entre os dias 4 de janeiro e 21 de fevereiro, foram notificados 3.571 casos da doença (481 confirmações) em 115 municípios, um crescimento de 150,60% em relação ao mesmo período de 2014, quando foram notificados 1.425 casos (431 confirmados). Em relação aos óbitos, quatro suspeitos estão em investigação, contra 15 suspeitos (12 confirmados) em 2014, uma redução de 73%.

Em relação à febre chicungunha, Pernambuco não registrou nenhum caso autóctone. Em 2014, foram quatro confirmações, todas importadas. Em 2015, dos 48 casos suspeitos, 39 já foram descartados e 9 estão sob investigação. Entre os descartados, 14 deram positivo para dengue.

“O Estado ainda não está em situação epidêmica. Contudo, temos que agir mais enfaticamente neste momento para evitar que os números cresçam ainda mais. Para isso, a população precisa ficar vigilante e agir como peça essencial nesse panorama, já que cerca de 90% dos focos do mosquito transmissor da doença estão nas residências ou no seu entorno. Os pernambucanos precisam eliminar esses focos do vetor e, principalmente, evitar que eles apareçam”, frisa a coordenadora do Programa de Controle da Dengue e Febre Chicungunha, Claudenice Pontes.

Desde o mês de novembro de 2014, quando foi lançado o Plano de Contingência da Chicungunha e da Dengue 2015, que a Secretaria Estadual de Saúde (SES) vem se mobilizando para combater os casos de dengue em Pernambuco. Na área da assistência, estão sendo capacitados médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), hospitais de grande porte, policlínicas, postos de saúde e profissionais da Estratégia Saúde da Família.

“As UPAs e postos de saúde estão sendo responsáveis por realizar o primeiro atendimento e encaminhar o paciente para a unidade que tenha o perfil adequado para a necessidade dele. Por isso, é muito importante que os profissionais que atuam nesse âmbito estejam aptos a realizarem o diagnóstico correto, otimizando, assim, a assistência”, afirma Claudenice.

Em casos de suspeita de dengue, a coordenadora indica procurar imediatamente uma unidade de saúde. “Neste momento, alguns pacientes têm apresentado menor tempo e intensidade de febre, enquanto que as coceiras e manchas vermelhas na pele têm ocorrido em maior proporção. Por isso, os médicos precisam pedir o exame de sangue para confirmar a doença e manter os pacientes hidratados, para evitar as formas com agravamento, que podem levar a óbito”, frisa a coordenadora.

Para a área de vigilância, o Estado está realizando a distribuição dos insumos (larvicida) para os municípios fazerem o bloqueio de casos. “Estamos a postos para auxiliar as cidades que precisarem de treinamento para bloqueio de casos ou para seus profissionais de saúde”. A SES ainda faz o controle químico por meio de pulverização em apoio ao município.