Brincadeira serve como terapia que promove bem-estar de crianças internadas

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 20/02/2015 às 9:00

O brincar possibilita ao pequeno paciente ocupar um papel mais ativo durante internamento (Foto:  André Az/Divulgação Fiocruz) O brincar possibilita ao pequeno paciente ocupar um papel mais ativo durante internamento (Foto: André Az/Divulgação Fiocruz)

As brincadeiras têm um papel que vão muito além do entretenimento. Por trás da atividade lúdica, está um mecanismo promotor de saúde para as crianças internadas. Aluna do mestrado em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), a fisioterapeuta Ligia Maria Rocha Rodrigues desenvolveu um estudo justamente para compreender como a diversão pode auxiliar no bem-estar dessas crianças.

Ao longo de três meses, Ligia acompanhou o trabalho realizado pelo Programa Saúde e Brincar, do hospital Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Os resultados obtidos mostraram que o brincar, enquanto recurso terapêutico, possibilita a criança ocupar um papel mais ativo, com bem-estar, autonomia e participação. Além disso, foi possível perceber que todo o entretenimento contribui para um tratamento que perpassa os limites físicos do adoecimento, fazendo com que a criança modifique percepções sobre experiências vivenciadas dentro do hospital.

Para Ligia, pensar em promoção da saúde no ambiente hospitalar é extremamente pertinente, especialmente quando se trata de crianças que permanecem internadas durante longos períodos ou que sofrem com internações seguidas ao longo da infância.

"O hospital, nesse caso, transforma-se no único ou no principal cenário onde transcorrem a vida e as atividades diárias", diz Ligia. Ela ainda acrescenta que as brincadeiras contribuem para que os pequenos pacientes saiam da condição passiva de objeto de tratamento para ocupar um papel mais ativo durante a hospitalização.