Soja é usada como biofábrica de proteína contra aids, diz pesquisa

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 13/02/2015 às 15:48

Soja é biofábrica de proteína que combate o HIV (Foto: Paulo Lanzetta/Embrapa) Soja é biofábrica de proteína que combate o HIV (Foto: Paulo Lanzetta/Embrapa)

Uma pesquisa realizada em parceria entre a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF), o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês) e a Universidade de Londres conseguiu comprovar que sementes de soja geneticamente modificadas constituem, até o momento, a biofábrica mais eficiente e uma opção viável para a produção em larga escala da cianovirina (uma proteína extraída de algas) muito eficaz no combate à aids. O resultado inédito é tema de artigo da edição de hoje (13/2) da revista Science.

A pesquisa, que começou a ser desenvolvida em 2005, baseia-se na introdução da cianovirina, capaz de impedir a multiplicação do vírus HIV no corpo humano, em sementes de soja geneticamente modificadas para produção em larga escala. O objetivo final é o desenvolvimento de um gel, capaz de eliminar o vírus, para que as mulheres apliquem na vagina antes do relacionamento sexual.

O coordenador dos estudos na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Elíbio Rech, que é um dos autores do artigo, informa que foram realizados testes com outras biofábricas, como plantas de tabaco, bactéria (E. coli) e levedura (S. cerevisiae). Entretanto, a única biofábrica que mostrou ser uma opção viável para a produção de cianovirina foi a semente de soja transgênica porque permite que a proteína seja largamente escalonada até a quantidade adequada. Aliado a esse fato, está o benefício do baixo custo do investimento requerido na produção da matéria prima para extração da molécula.