Pacientes obesos que passam pela cirurgia bariátrica vivem mais, diz estudo

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 02/02/2015 às 9:00
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Em pesquisa, após 14 anos, foram registradas 263 mortes no grupo dos bariátricos e 1.277 no grupo controle (Foto: Reprodução/Internet) Em pesquisa, após 14 anos, foram registradas 263 mortes no grupo dos bariátricos e 1.277 no grupo controle (Foto: Reprodução/Internet)

Uma pesquisa publicada no The Journal of the American Medical Association (JAMA) revela que pacientes obesos que se submeteram à cirurgia bariátrica têm uma taxa de sobrevida maior, em longo prazo, quando comparados a pacientes obesos que não realizaram o procedimento. O levantamento foi realizado pelo Instituto de Pesquisa em Saúde Coletiva com pacientes atendidos pelo sistema de saúde Veterans Affairs, em Seattle, nos Estados Unidos.

O estudo verificou as taxas de sobrevivência de 2,5 mil pacientes que realizaram a cirurgia entre os anos 2000 e 2011, sendo 74% deles do gênero masculino. Os dados foram comparados aos 7.462 pacientes do grupo controle, que não se submeteram à cirurgia. A média de idade dos pacientes operados é de 52 anos; a média do índice de massa corporal (IMC) é de 47. O grupo controle registrou média de idade de 53 anos, e IMC de 46.

Após 14 anos foram registradas 263 mortes no grupo daqueles que passaram pela cirurgia bariátrica e 1.277 óbitos no grupo controle. Para quem se submeteu ao procedimento, as taxas de mortalidade foram de 2,4% em um ano, 6,4% em cinco anos e 13,8% em 10 anos. Já no grupo controle, as taxas foram de 1,7%, 10,4% e 23,9%, respectivamente.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SMCBM), Josemberg Campos, estudos como esse corroboram para a cirurgia bariátrica se consolidar como o método mais eficaz no combate à obesidade mórbida.

"Além da perda de peso, a cirurgia possibilita o controle de doenças associadas, como diabetes, hipertensão e diminuição das complicações cardiovasculares relacionadas ao peso excessivo, entre tantos outros problemas", diz o médico. "O paciente melhora a autoestima e consequentemente volta a se socializar, já que o obeso geralmente ainda sofre muita discriminação", acrescenta Josemberg.

Ele também ressalta que a evolução dos materiais e equipamentos utilizados nas cirurgias tornou os procedimentos menos invasivos, mais rápidos, seguros e com tempo menor de recuperação. Mas tudo isso pode ser prejudicado se o paciente não tiver uma preparação clínica adequada para a cirurgia.

“É fundamental fazer uma análise rigorosa das condições de saúde do paciente, verificar se o cirurgião é qualificado e se o hospital tem boa estrutura", frisa Josemberg. Outro ponto fundamental é conversar com o médico sobre a técnica a ser utilizada. O acompanhamento multidisciplinar antes e depois da cirurgia também é fundamental.