Consumir uma castanha-do-pará diariamente pode melhorar função cognitiva de idosos

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 01/02/2015 às 7:00
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Estudo mostra que uma castanha-do-pará por dia foi suficiente para recuperar a deficiência em selênio Estudo mostra que uma castanha-do-pará por dia foi suficiente para recuperar a deficiência em selênio

Da Agência USP de Notícias

O consumo diário de uma castanha-do-brasil, também conhecida como castanha-do-pará, recuperou a deficiência de selênio e ainda teve efeitos positivos sobre as funções cognitivas de idosos com comprometimento cognitivo leve (CCL), considerado um meio-caminho entre o envelhecimento normal e as demências, como a doença de Alzheimer. Esse achado vem de um pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), desenvolvida pela nutricionista Bárbara Cardoso.

Ela explica que o CCL é caracterizado pela perda cognitiva (processo que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento, linguagem) maior do que o esperado para a idade. “Pessoas com comprometimento cognitivo leve têm mais risco de desenvolver Alzheimer”, diz a Bárbara, que desenvolveu a pesquisa durante o doutorado.

Entre as análises feitas pela nutricionista, está a associação entre os níveis de selênio e o estresse oxidativo (excesso de radicais livres em comparação com o sistema protetor de cada célula) em pessoas com CCL. Ela explica que o estresse oxidativo está envolvido no declínio cognitivo. Pacientes com comprometimento cognitivo leve ou doença de Alzheimer apresentam maiores níveis de estresse oxidativo.

“Com o avanço da idade, os neurônios apresentam maior ineficiência no processo de produção de energia, com o aumento da geração de radicais livres. Já a capacidade do sistema antioxidante, que combate esses radicais, tende a reduzir. Esse descompasso contribui para o comprometimento cognitivo leve porque os radicais livres acabam afetando o sistema motor, sensorial, a memória e o aprendizado”, afirma Bárbara.

O selênio é um importante mineral que constitui enzimas antioxidantes cuja finalidade é combater a formação de radicais livres. E os resultados da pesquisa indicam que o consumo da castanha-do-pará pode melhorar a resposta antioxidante e atenuar o declínio cognitivo.