Violência contra população LGBT será registrada por hospitais

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 29/01/2015 às 22:24

Arthur Chioro assinou portaria que cria comissão interministerial para combater a violência contra população LGBT (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil) Arthur Chioro assinou portaria que cria comissão interministerial para combater a violência contra população LGBT (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Da Agência Brasil

Uma alteração na ficha que faz notificações dos casos de violência que chegam a todos os hospitais públicos e particulares do País ajudará a recolher dados sobre agressões contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT). O anúncio foi feito hoje (29/1) pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante assinatura de uma portaria que cria comissão interministerial para combater a violência contra essa população.

Segundo o ministro, além dos dados gerais e informações sobre o caso, dois campos foram acrescentados. O primeiro é o de orientação sexual, onde o profissional da saúde poderá registrar se o paciente agredido é heterossexual, homossexual ou bissexual. A segunda informação a ser recolhida é relativa à identidade de gênero e traz as opções de travesti, mulher transexual, homem transexual.

“Com essa simples introdução, vamos gerar uma capacidade de informação decisiva na orientação de um conjunto de políticas públicas e devolver ao movimento social a possibilidade de ter informação sobre o que acontece, como, em que locais e circunstâncias” disse Chioro.

O uso dos dois novos campos foi testado pelo Ministério da Saúde no ano passado. Agora, os profissionais da área estão sendo capacitados, e a expectativa é de que ainda neste ano a ficha passe a ser usada em todo o País. Para o ministro, a medida qualificará ainda mais a portaria assinada hoje.

Dados da Ouvidoria Nacional e do Disque Direitos Humanos (Disque 100) mostram que, entre 2011 e 2014, foram registradas mais de 7,6 mil denúncias de violação contra a população LGBT. No ano passado, 232 casos foram contra travestis e transexuais. Os Estados com maior número de registros foram São Paulo (53 denúncias), Minas Gerais (26) e Piauí (20). A discriminação foi a causa de 85% das denúncias e a violência psicológica esteve presente em 77% dos registros.