Brasileiros desconhecem gravidade e tratamento da disfunção erétil, diz pesquisa

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 14/01/2015 às 12:23
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Mais de 52% dos homens assumem que já tiveram ou têm alguma falha de ereção durante o ato sexual Mais de 52% dos homens assumem que já tiveram ou têm alguma falha de ereção durante o ato sexual

O universo da disfunção erétil (DE) é desconhecimento pelos homens. É o que mostra a pesquisa De volta ao controle, da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). O estudo avaliou a percepção masculina e feminina sobre a doença, que afeta 25 milhões de brasileiros. Desse total, 11,3% convivem com as formas moderada e grave da DE. O levantamento mostrou que 72% dos entrevistados não conhecem os diferentes níveis de gravidade da doença, que podem ser leve, moderado ou completo.

Os homens que possuem mais informação sobre DE têm entre 60 e 69 anos (41%). "O conhecimento maior sobre a doença nessa faixa etária deve-se principalmente ao fato de que a disfunção erétil está relacionada, entre outros fatores, ao avanço da idade. Portanto, é natural que entre o público mais velho haja maior familiaridade com o assunto, pois muitos homens já enfrentaram ou enfrentam o problema com maior frequência do que os jovens", analisa o urologista Carlos Eduardo Corradi Fonseca, presidente da SBU.

Outro dado relevante é que um terço dos entrevistados (34%) diz não conhecer nenhum tipo de tratamento contra a doença. Entre as opções terapêuticas atualmente disponíveis para DEl, as mais conhecidas pelo público são os medicamentos orais (61%), seguidos pelo implante de prótese maleável (38%), implante de prótese inflável (21%) e injeção (21%).

Para Carlos Eduardo Corradi, é preciso falar sobre a doença e, principalmente, sobre como tratá-la. "É possível recuperar a função sexual", assegura. Ele enfatiza que o tratamento vai muito além das medicações orais e injetáveis, mais comumente conhecidas. "Ainda há esperança quando essas terapias falham ou não funcionam mais. Como recurso para os casos mais graves, há as cirurgias de implantes penianos, tanto infláveis quanto semirrígidos, que recuperam de forma plena a atividade sexual", afirma.

O médico destaca também que o tema impotência ainda é cercado por tabus e isso se reflete no amplo desconhecimento da população sobre a doença. "A taxa de prevalência da disfunção erétil cresce anualmente em todo o mundo e tem estreita relação com problemas de saúde epidêmicos como diabetes e doenças cardiovasculares", alerta Corradi.

Eis outro dado significativo da pesquisa: 52% dos homens assumem que já tiveram ou têm alguma falha de ereção durante o ato sexual. No entanto, 72% dos homens não deixariam de ter relações sexuais por medo de falhar. Perguntados se desistiriam do relacionamento caso tivessem disfunção erétil, 78% dos homens dizem que não.

CAUSAS

Para 71% dos entrevistados, a principal causa da disfunção erétil é o estresse, seguido por problemas de saúde como diabetes e hipertensão (54%), consumo de álcool (52%) e drogas ou anabolizantes (45%). Entre as doenças associadas, para 62% dos entrevistados, a depressão aparece em primeiro lugar, seguida do câncer de próstata (48%), diabetes (46%), sobrepeso ou obesidade (42%), problemas vasculares (39%) e doenças cardiovasculares (30%).

"A disfunção erétil é, na maioria das vezes, uma doença multifatorial, que requer investigação detalhada para se chegar a um diagnóstico preciso e indicação de tratamento adequado. O estresse e outros fatores de risco, como doenças associadas ou tabagismo, podem comprometer a função erétil", diz o chefe do departamento de andrologia da SBU, Antonio de Moraes Jr.

A pesquisa deu origem a uma campanha de conscientização. Saiba mais: www.devoltaaocontrole.com.br.

 

Para mais informações, acesse www.devoltaaocontrole.com.br.