Pesquisa alerta: 23% dos pais ignoram risco da exposição solar excessiva

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 16/10/2014 às 13:07

Pais e educadores ainda têm muitas dúvidas sobre a forma correta para proteger as crianças dos raios solares. É o que mostra uma pesquisa inédita realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia/Regional São Paulo (SBD/SP), com o objetivo de avaliar se os brasileiros entendem realmente a necessidade da proteção solar para os pequenos.

O levantamento ouviu 823 pais e 157 educadores em todo o País e chegou a muitos achados. O mais preocupante: 23% dos pais e 19% dos educadores ignoram o risco da exposição solar excessiva.

E mais: apesar de 58% dos pais e 57% dos educadores afirmarem que a exposição excessiva ao sol na infância pode levar ao câncer de pele, o comportamento de risco das crianças e adolescentes brasileiros em casa ou na escola revela que teoria e prática não andam juntas quando o assunto é prevenção.

O maior problema, segundo o idealizador do estudo, o dermatologista Paulo Criado, presidente da SBD/SP, está em estabelecer uma rotina de proteção. "Os pais e professores sabem que é importante usar protetor solar, mas têm insegurança sobre a reaplicação correta e sobre as outras formas que ajudam a afastar os perigos dos raios ultravioleta", diz o médico. "Além disso, os pais esquecem que, mesmo nos dias nublados, a criança está exposta aos raios ultravioleta, que podem até ser mais nocivos do que nos dias de sol."

O dermatologista frisa que a família e os educadores, por exemplo, não incorporam à rotina o uso de bonés adequados e a permanência debaixo do guarda-sol. Os números comprovam isso: embora 89% dos pais afirmem que usam protetor solar em seus filhos, a maioria nunca reaplica o produto, o que os deixa vulneráveis à radiação solar . Entre os 11% que declaram nunca usar o protetor solar, 42% alegam que esquecem, 32% não compram porque declaram ser um produto de alto custo e 15% não consideram o filtro solar importante.

Os resultados da pesquisa serão utilizados pela SBD/SP para intensificar a campanha Sol, amigo da infância – pele protegida para toda a vida (solamigodainfancia.com.br). A entidade também pretende ampliar a campanha nas escolas. "Até agora, já atingimos cerca de 170 mil crianças das escolas públicas de todo o Estado de São Paulo. Se considerarmos as escolas particulares, chegamos a 200 mil alunos", diz Paulo Criado.

A pesquisa mostra mais contradições: 69% dos pais declaram que sempre estimulam o filho a se proteger do sol, evitando o período de pior incidência solar (entre 10h e 15h), mas quase metade dos educadores analisados (45%) deixa os alunos expostos ao sol nos piores horários ou o dia todo. Outros 29% dos professores afirmam que nunca estimularam a proteção solar entre seus alunos.

Mônica tem um recado muito importante para as crianças. Cuidar da pele e da saúde é primordial. Por isso, a campanha Sol, amigo da infância existe para ajudar pais, educadores e as próprias crianças a entenderem mais sobre o assunto.

A pesquisa ainda mostra que as crianças abaixo dos 3 anos são as mais vulneráveis: 32% dos pais afirmam que iniciaram o uso de proteção solar somente após essa idade ou mais, o que indica um longo período sem proteção. A maioria dos pais e educadores acredita que deve ensinar a criança a se proteger do sol desde cedo (57% dos pais e 71% dos educadores), mas 15% dos pais consideram que não se deve usar proteção solar nas crianças abaixo dos 2 anos. E 25% têm dúvida sobre o uso nessa faixa etária. Entre os educadores, esse número é maior: 20% discordam do uso de proteção solar na primeira infância e 28% têm dúvida.