Mais da metade dos brasileiros não conhece o risco fatal da trombose não tratada

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 13/10/2014 às 0:10

Hoje os quatro cantos do planeta voltam a atenção para o 1º Dia Mundial da Conscientização sobre a Trombose. Para marcar a data, a farmacêutica Bayer e cinco sociedades médicas (Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Sociedade Latino Americana de Hemostasia e Trombose, Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia) se uniram a esta iniciativa da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH, na sigla em inglês) com o objetivo de aumentar o grau de conhecimento da população sobre os riscos da trombose.

Mesmo com os altos índices de mortalidade, a maioria da população desconhece a ameaça oferecida por essas doenças. Segundo pesquisa inédita realizada pela Bayer em 20 países, foi constatado que apenas 4% dos brasileiros entrevistados consideram os coágulos sanguíneos como a maior ameaça à vida. A falta de conhecimento sobre o tema fica evidente quando 51% dos brasileiros afirmam não estarem cientes do risco fatal de uma trombose não tratada.

"Acredito que um esforço global combinado é capaz de gerar conscientização na população e, assim, promover mudanças efetivas na redução do número de casos não diagnosticados e na implantação de processos preventivos para melhorar a saúde dos pacientes de trombose no mundo”, afirma o hematologista João Carlos Guerra, vice-presidente do Grupo Cooperativo Latino Americano de Hemostasia e Trombose (CLAHT). “A informação sobre os primeiros sintomas pode reduzir o número de casos e evitar a evolução da doença. Inchaços, dores, calor e rigidez da panturrilha já denunciam um primeiro quadro da enfermidade.”

A data, além de promover a conscientização sobre todas as formas de trombose, tem como foco principal o tromboembolismo venoso (TEV) - a causa de óbito hospitalar mais comum e que pode ser prevenida. O TEV, que inclui duas doenças - trombose venosa profunda (TVP) e embolia pulmonar (EP) - mata mais pessoas anualmente na União Europeia do que aids, câncer de mama, câncer de próstata e acidentes automobilísticos juntos, segundo dados da ISTH.

“Fatores como a hereditariedade, obesidade, sedentarismo, idade e vida estressante colaboram fortemente para aumentar os riscos de formação de um coágulo nas veias profundas, principalmente das pernas. Em muitos casos, esse problema é fatal”, alerta o angiologista e cirurgião vascular Pedro Kolmos, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). “O tratamento mais comum é feito com os fármacos anticoagulantes, que detêm a formação de trombos nos vasos sanguíneos e o crescimento dos já existentes, mas não podem dissolver os já formados”, esclarece o médico.

Quando o assunto é o tromboembolismo venoso, mais da metade dos brasileiros (65%) já ouviram falar de embolia pulmonar (EP). Apenas 17%, contudo, conhecem, a trombose venosa profunda. Sobre os fatores de risco, 63% consideram o tabagismo a principal causa, seguido de excesso de peso (55%) e sedentarismo (52%).

Também foi criado um site com informações sobre a doença www.diamundialdatrombose.com.br.